Olhar

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Da torre de astronomia poderia ser visto uma das paisagens mais belas que suas orbes verdes capturaram, havendo uma fleumática brisa de outono que brincava com os fios soltos de seu cabelo mediano e rebelde. definitivamente Albus havia escolhido bem entre encarar uma aula de Runas Antigas e ficar ali quieto já que as aulas de astronomia só eram noturnas.

Entre seus dedos estava um cigarro de maconha. Havia se acostumado com a droga, ela lhe deixava relaxado e tranquilo. Não fumava sempre, só às vezes como naquele momento. Ele sabia que conseguiria parar quando bem quisesse. Levou a droga aos seus lábios, puxando a fumaça que enchia seus pulmões, soltando logo em seguida pela boca. A moleza era breve em seu corpo, nada muito forte mas também não tão fraco, era na medida certa.

Quando o cigarro estava no fim, Albus esfregou a bituca contra o chão da torre, fazendo às cinzas e ela sumirem com um feitiço. Cruzou as pernas como se fosse uma borboleta e fechou os olhos, aproveitando mais uma brisa que acalentava sua tez. Era disso que precisava, um tempo sozinho para colocar seus pensamentos em ordem após tanto estresse durante os últimos tempos desde que chegou em Hogwarts para seu penúltimo ano letivo.

Era cobrado em todos os cantos sobre seu futuro, o que faria de carreira. Era óbvio que não seria um auror como o pai, muito menos jogador de Quadribol como foi sua mãe (afinal nem conseguia levantar a porcaria de uma vassoura do chão sem que ela fosse de encontro ao seu rosto). Não queria trabalhar no ministério, nem no banco, nem mesmo ser dono de uma loja como eram seus tios Rony e George ou ser medibruxo como sua tia Audrey havia sugerido, sendo esse último absolutamente inviável para Albus já que odiava tudo relacionado a hospitais.

Na verdade, Albus queria ser professor de História da Magia. Desde a primeira aula que tivera naquele castelo sobre era completamente apaixonado e sabia que era aquilo que queria da vida. Era a matéria que mais se esforçava e mesmo nos seus piores momentos era sempre onde tinha as melhores notas. Era participativo, seus deveres eram impecáveis e sempre que algum Slytherin lhe pedia uma explicação breve sobre o conteúdo ele conseguia sanar as dúvidas de forma clara e objetiva. Muitos dos seus colegas de casa e até mesmo seu padrinho, Neville Longbottom, já comentaram que ele facilmente poderia substituir o Sr. Binns, e ele se esforçava justamente para tomar o lugar do fantasma.

Mas sabia que seria literalmente apedrejado se falasse sobre com a família. Albus sabia que seus pais iriam mais uma vez torcer o rosto e "aconselhar" a encontrar uma outra área, sem contar as diversas opiniões dos outros parentes que se achavam no direito de comentar sobre sua vida. Na pior das hipóteses Albus só falava que ainda não sabia de fato o que queria, era melhor ser taxado de vagabundo do que ter seus sonhos julgados como todo o resto.

Não sabia quanto tempo estava lá, só sabia que havia se assustado quando ouviu barulhos perto da porta da torre de astronomia. Virou-se em direção ao barulho, vendo que era ocasionado por um aluno da Slytherin. Mas não qualquer aluno, era um tão falado quanto ele: Scorpius Malfoy.

Ele era o único filho de Draco Malfoy, que durante os tempos de escola já tivera algumas associações com Lorde Voldemort. De acordo com o pai de Albus e herói do mundo bruxo, os Malfoy não eram boas pessoas, muito pelo contrário: Eram cobras sorrateiras, esperando o momento exato para dar o bote e acabar completamente com a sua vida. Ninguém da família de Albus desmentia todas as coisas negativas sobre uma das mais antigas famílias das Sagradas Vinte e Oito, mas por algum motivo Albus não acreditava em nada relacionado a Scorpius.

Por algum motivo, Albus sabia que era igual a Scorpius.

- Ah, d-desculpe... - O garoto de cabelo loiros não tão claros como do restante da sua família pediu, aparentemente envergonhado. - Não sabia que havia gente aqui

Flowers and ButtlerfliesOnde histórias criam vida. Descubra agora