Capítulo 9 O que se esconde na floresta

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Era cedo, por volta das cinco e meia da manhã. A casa ainda estava em silêncio, apenas o som suave do café sendo preparado na cozinha quebrava a tranquilidade. Emma estava concentrada na cafeteira quando escutou passos leves se aproximando. Esperava ver Lake, John, ou talvez Joyse, mas quando se virou, encontrou Even. A garota parecia perdida em seus próprios pensamentos, seus olhos meio vidrados. Sem dizer nada, ela se sentou à mesa, seu olhar se fixando no conjunto americano de crochê que estava embaixo da garrafa de café.

O conjunto americano era um trabalho delicado, feito à mão, com pequenos detalhes florais em tons de azul e branco, cuidadosamente entrelaçados em um padrão que lembrava as flores de cerejeira. Era uma peça que dava um toque caseiro e aconchegante à mesa da cozinha, algo que Emma prezava muito.

Even começou a brincar com as bordas do crochê, enrolando os dedos nos fios soltos e desfazendo pequenas imperfeições no tecido. Emma observou por um momento, tentando entender o que passava pela mente da garota. Sentindo a necessidade de criar algum tipo de interação, ela decidiu puxar conversa.

— Bom dia, Even. Acordou cedo hoje. — Emma comentou, com uma voz suave e acolhedora.

Even olhou para cima por um instante, seus olhos ainda meio distantes, antes de responder timidamente:

— Bom dia...

A resposta de Even era quase inaudível, mas Emma notou o esforço da garota em responder, mesmo que de maneira tão contida. Emma tentou novamente:

— Quer um pouco de café? Ou talvez um chá? Eu posso preparar algo para você...

Even balançou a cabeça em negativa, suas mãos ainda brincando com o conjunto de crochê. Havia uma tensão no ar, como se Even estivesse lutando para manter os pensamentos à distância.

Na verdade, a mente de Even estava presa em um pesadelo que a havia perseguido a noite toda. Lembrava-se das vozes dos médicos ao seu redor. Eram vozes que não demonstravam empatia, apenas interesse científico e desumanizante. As palavras ecoavam em sua cabeça, trazendo à tona o medo e a dor que ela sentia durante aqueles momentos.

De repente, a voz de Emma cortou através da névoa dos pensamentos de Even, trazendo-a de volta para a cozinha. A familiaridade da voz de Emma ajudou a dissipar um pouco do peso das memórias.

— Even, você ainda está com sono? — Emma perguntou, a preocupação evidente em seu tom.

Even, por mais incrível que pudesse parecer, não sentia sono, apesar da noite ruim que tivera. Ela havia acordado várias vezes durante a noite, assombrada pelo mesmo pesadelo, mas agora, sentada à mesa, o sono parecia distante.

— Não... Não estou com sono. — Even respondeu, sua voz quase um sussurro.

Emma olhou para o relógio pendurado na parede da cozinha. Os ponteiros marcavam cinco e trinta e cinco. Ela sabia que os outros só desceriam por volta das seis, o que lhe dava um pouco de tempo para tentar uma conversa tranquila com Even, quem sabe descobrir o que estava acontecendo na mente da garota.

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