Capítulo 16 Rosas são vermelhas, e o passado não me deixa em paz

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19/08/2049

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19/08/2049

21:40

Even estava deitada no colchão improvisado no quarto de Joyse, mas o sono parecia impossível de alcançar. Seus pensamentos vagavam, inquietos. O silêncio da noite só amplificava as lembranças perturbadoras dos últimos acontecimentos. Ela se revirava sob as cobertas, os braços cobertos pelas bandagens recentes.

De repente, um som suave interrompeu o silêncio — uma batida na janela. O coração de Even acelerou por um momento, mas logo ela percebeu que era Vega, o pequeno robô flutuando do lado de fora, com seus olhos eletrônicos piscando de leve. Ele subiu em direção ao teto, e sem hesitar, Even se teletransportou para lá, o ar frio da madrugada envolvendo-a no instante em que seus pés tocaram as telhas.

Vega pairava no ar à sua frente, silencioso como sempre. Nos últimos tempos, ele estava ficando cada vez mais teimoso, sempre a seguindo, mesmo quando ela ordenava que voltasse para a Ametista.

— Vega — ela sussurrou, exasperada. Quantas vezes já havia pedido para ele não a seguir? Mas, refletindo por um segundo, percebeu que sem ele, talvez não estivesse ali agora, sentada no telhado sob as estrelas, livre — pelo menos por enquanto.

O pequeno robô desviou seus olhos eletrônicos para as bandagens que cobriam os braços de Even. Era como se ele estivesse inspecionando o estado dela, verificando cada ferimento com atenção.

— Estou bem, Vega — ela disse, com um meio sorriso cansado, tentando tranquilizá-lo. Mas a verdade era que ela não estava bem, nem de longe. As marcas físicas estavam longe de ser as mais profundas.

Sentada no telhado, Even olhou para o céu noturno. As estrelas brilhavam intensamente, oferecendo uma paisagem tranquila e distante. Algo em observar aquele céu vasto lhe trazia um pouco de conforto. Por um momento, ela se permitiu respirar, sentindo o ar gelado preencher seus pulmões, enquanto seus olhos vagavam pela imensidão do cosmos.

Vega flutuava ao seu lado, como uma sentinela fiel, pronto para protegê-la novamente, se necessário. Mesmo sem palavras, a presença do robô lhe trazia uma segurança silenciosa. Ela se sentia protegida — algo raro em sua vida tão cheia de desconfiança e fuga.

— Acha que algum dia isso vai acabar? — ela perguntou ao robô, mais para si mesma. — Essa corrida... essa perseguição? — A resposta, não veio. O pequeno robô permaneceu em silêncio, mas seu olhar fixo nas estrelas era quase uma resposta por si só.

Even sabia que, enquanto os parasitas continuassem uma ameaça e os homens que a perseguiam permanecessem lá fora, a calma seria apenas temporária. Ela teria que continuar lutando, correndo. Ainda assim, naquele momento, no telhado de uma casa comum, sob um céu estrelado, ela se permitiu uma pausa.

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