Capítulo 6 A melodia que conheço

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"Porque em momentos de crise eu me sinto diferente?"

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"Porque em momentos de crise
eu me sinto diferente?"

Even permaneceu na sala, o som do jogo ainda ressoando ao fundo, mas sua mente estava distante. Ela refletia sobre o momento em que Emma havia apresentado Joyse. Havia algo intrigante na maneira como Joyse a olhara, uma combinação de curiosidade e desconforto, como se tentasse compreender a presença daquela estranha em sua casa. Even, no entanto, tinha uma habilidade especial, algo que sempre tentava ocultar dos outros: ela podia ver as cores das almas, uma espécie de reflexo das emoções mais profundas de uma pessoa.

Quando Joyse se aproximou, Even havia observado sua alma. Era de um azul suave, mas diferente do azul acolhedor e protetor de Emma. O azul de Joyse tinha uma tonalidade de inquietação, um vórtice de emoções conflitantes que variavam entre a confusão, a curiosidade e uma leve ansiedade. Mesmo sem palavras, Even captou essas sensações, e isso a deixou ainda mais introspectiva.

De repente, seus pensamentos foram interrompidos por uma melodia suave e envolvente que começou a tocar em algum lugar próximo. Ela ficou imóvel, escutando por alguns segundos, tentando identificar de onde vinha aquele som. Havia algo profundamente familiar naquela melodia, uma sensação nostálgica que a puxava para um passado distante, quase esquecido.

Sem se dar conta, Even se levantou da cadeira e caminhou em direção à porta de entrada. Sua mão encontrou a maçaneta, e, quase como se estivesse em transe, ela a girou, abrindo a porta. O som parecia mais forte agora, como se estivesse chamando por ela.

A música vinha da casa ao lado. Even caminhou lentamente, o som do piano guiando cada passo. Chegando ao jardim da casa vizinha, ela olhou para a janela. Lá dentro, uma garota estava sentada ao piano, suas mãos se movendo graciosamente sobre as teclas, criando uma melodia que fazia o peito de Even apertar.

Algo naquela melodia... Era como se tivesse ouvido antes, mas não sabia onde. Era doloroso e doce ao mesmo tempo, mexendo com algo profundo dentro dela. Sem perceber, Even levou a mão à bochecha e sentiu algo úmido. Quando foi que ela começou a chorar? E por que ela não percebeu?

Perdida nesses pensamentos, Even foi tirada de seu devaneio quando a melodia de repente parou. Ela levantou os olhos para ver a garota do piano, que agora estava de pé, olhando diretamente para ela através da janela. Seus olhos se encontraram por um breve momento, um momento em que o tempo pareceu parar.

O coração de Even disparou. O que ela estava fazendo ali? Por que essa música a fez sentir tanto? Antes que pudesse responder a qualquer uma dessas perguntas, o medo tomou conta dela. Ela não queria ser vista, não queria que ninguém soubesse que ela estava ali.

Sem pensar, Even se virou e correu. Seus pés bateram contra o chão enquanto ela voltava rapidamente para a casa de Emma. Ela entrou e fechou a porta com força, o coração batendo descontroladamente em seu peito. Ela se encostou na porta, tentando recuperar o fôlego, enquanto as lágrimas continuavam a cair silenciosamente. Ela não entendia o que estava acontecendo, mas uma coisa era certa: algo naquela música despertou algo nela que ela não sabia.

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