08.

377 28 0
                                    

MANU
point of view

T

ava geral na mansão da aldeia se arrumando para ir ao shopping, botei uma roupa bem básica mesmo, uma regata preta com uma calça cinza e meu Crocs do Relâmpago Macqueen.

Estava deitada no sofá esperando os meninos junto com as meninas, eles se arrumam mais do que a gente, vê se pode uma coisa dessa

Os meninos finalmente começaram a descer as escadas, porém ainda faltava apollo, que demorou uns 3 minutos para descer, ele vestia uma camisa, calça, tênis e boné todos na cor preta com uma correntinha prata.

- fecha a boca se não baba - Ajota falou em um tom baixo, onde só eu e ele ouvimos.

Ri de leve do comentário do Ajota, mas tentei disfarçar, não queria que ninguém percebesse. Apollo sempre tinha esse efeito em mim, mas jamais admitiria em voz alta. Ele finalmente se juntou ao grupo, e seguimos todos em direção ao carro.

No carro, a música estava alta e todos estavam animados, conversando sobre o que pretendiam fazer no shopping. Algumas das meninas queriam passar na loja de maquiagem, enquanto os meninos estavam mais interessados em uma loja de tênis que havia acabado de abrir. Eu, por outro lado, estava mais interessada em observar tudo ao meu redor, especialmente Apollo, que estava sentado ao meu lado, despreocupado e imerso na conversa.

Chegando no shopping, nos dividimos em grupos menores. Fiquei com as meninas, mas minha mente continuava vagando para Apollo. Não conseguia evitar. Passei em frente a uma loja de bijuterias e algo prateado chamou minha atenção. Era um colar simples, mas bonito, que me lembrou da correntinha que Apollo estava usando mais cedo.

- Tá viajando aí, Manu? - Kakau me cutucou, me tirando do transe.

- Nada não - respondi, pegando o colar e indo em direção ao caixa. Nem sei por que comprei, mas parecia uma boa ideia na hora.

Saímos da loja de bijuterias e encontramos os meninos perto da entrada da Sephora, como combinado. Eles estavam brincando entre si, zoando as meninas por quererem gastar tanto tempo numa loja de maquiagem. Ajota, claro, não perdeu a oportunidade de provocar:

- Vocês vão passar o dia inteiro aí dentro? Só avisa pra gente poder fazer outras coisas.

- A gente não demora, relaxa - respondi, tentando esconder minha ansiedade. Era engraçado como eu ficava mais nervosa quando Apollo estava por perto, mesmo que ele não estivesse diretamente envolvido na conversa.

Entramos na Sephora, e o ambiente era um contraste total com a bagunça lá fora. Tudo brilhava, desde as prateleiras organizadas com precisão até os espelhos estrategicamente posicionados para mostrar cada ângulo. As meninas se espalharam pela loja, experimentando batons, sombras e bases, e logo estavam totalmente imersas nas opções de maquiagem.

Eu tentei me interessar, mas minha cabeça estava em outro lugar. Fiquei mexendo no colar que comprei mais cedo, os dedos passando pela corrente delicada.

- Manu, o que você acha dessa cor? - Sol perguntou, segurando um batom vermelho vibrante.

- É bonito, combina com você - respondi, sorrindo, mas minha mente estava longe dali. Não consegui parar de pensar no Apollo, em como eu ficava inquieta perto dele, e em como eu estava começando a perceber que, talvez, isso significasse algo mais do que eu estava disposta a admitir.

Depois de um tempo, as meninas decidiram que era hora de encerrar as compras. Pagamos pelas nossas coisas e saímos da loja, onde os meninos já nos esperavam do lado de fora, impacientes mas sorridentes.

- Finalmente! Achei que ia ter que passar a noite aqui - disse Bask, fazendo graça.

- Só vocês pra demorar tanto pra escolher um batom - Apollo comentou com um sorriso de canto, os olhos brilhando de diversão.

- Quem vai patrocinar a casquinha? - Tavin, meu irmão, perguntou.

- Você mesmo! - Barreto falou abraçando ele de lado.

- Sai dessa, tô pagando nem pra mim!

- Pão duro - Jotapê falou e rimos.

- Eu pago - Apollo falou, de repente, tirando uma nota do bolso. Todos pararam por um segundo, surpresos, inclusive eu.

- Aí sim, Apollo! - Bask disse, dando um tapinha nas costas dele. - Hoje é por conta do patrão!

Apollo riu, despreocupado, e eu senti meu coração acelerar um pouco.

Seguimos em direção à sorveteria, e eu andava um pouco atrás do grupo, ainda mexendo no colar que comprei mais cedo.

Na fila da sorveteria, Apollo se aproximou de mim, o que fez meu coração disparar novamente.

- Não tá afim de sorvete? - ele perguntou, notando que eu estava mais calada que o normal.

- Tô sim, só tô pensando em qual sabor escolher - menti, tentando soar casual.

- Eu vou de flocos. Sempre escolho esse - ele disse, olhando para o menu acima do balcão.

- Também gosto de flocos - respondi, quase automaticamente, e ele sorriu.

- Então, flocos pra nós dois. - Ele deu de ombros e sorriu de lado, aquele sorriso que sempre me desarmava.

Quando chegou a nossa vez, Apollo pediu dois sorvetes de flocos, e enquanto ele pagava, senti um calor esquisito no peito.

Recebemos os sorvetes e voltamos para o grupo, que já estava sentado em uma das mesas próximas. Apollo entregou o meu sorvete e, ao pegar, nossos dedos se tocaram levemente, fazendo meu coração dar mais um salto.

- Obrigada - murmurei, me sentindo boba por estar tão nervosa.

- De nada - ele respondeu, me dando um daqueles olhares que pareciam ler todos os meus pensamentos.

Passamos o resto da tarde no shopping, porém, quando deu umas seis horas da tarde, decidimos voltar para nossas casas.

fizemos a mesma divisão dos carros, Apollo dirigindo, eu no banco do carona e Bask, Sol, Maju e Tavin atrás.

Quando chegamos perto da minha casa, o grupo estava mais relaxado, e eu estava tentando agir normalmente, apesar do nervosismo que estava sentindo. Apollo estacionou o carro em frente à minha casa e antes de eu sair do carro, virei para trás e falei para o meu irmão e para a minha cunhada.

- Tô de olho em vocês dois hein, sem CPF novo! - Falei e eles riram.- Até mais, gent.

Saí do carro e me virei para fechá-lo, entrei em casa, fechei a porta e subi as escadas. Entrando direto no banho e assim que sai, botei uma blusa larga e dormi.

Casal Maior - Apollo MC.Onde histórias criam vida. Descubra agora