MANU
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Desliguei a tela do celular voltando a atenção no papo de Sofia, Gabi, Kakau, Sol e Nath, que era um papo super entediante.Na verdade verdadeira, não era entediante, só que elas só tavam falando o quão estressantes estavam os namorados delas, eu namoro? Não! Então pra que que eu vou ficar num papo de casal se eu nem namoro
Fui em direção a cozinha para pegar um Toddynho, Peguei meu Toddynho na geladeira e dei uma espiada na cozinha, que era enorme e super bem decorada, com eletrodomésticos de última geração e uma bancada de mármore que parecia saída de uma revista de decoração. A casa do Prado era o tipo de casa que todo mundo queria ter: moderna, espaçosa e cheia de cantinhos charmosos.
Dei mais um gole no Toddynho e, curiosa, decidi explorar um pouco mais. As meninas estavam tão focadas no papo sobre os namorados que nem perceberam quando eu saí da sala. Caminhei até o corredor e fui parando em cada porta, tentando imaginar o que poderia haver atrás de cada uma.
— Bisbilhotando a casa dos outros, né safadinha! — Magrão falou me fazendo levar um susto — Fica susa por que vim fazer isso também
Sorri para o Magrão, sentindo meu coração voltar ao ritmo normal depois do susto. Ele sempre aparecia do nada e conseguia me pegar desprevenida.
— Que susto, Magrão! — falei, dando um leve tapa no braço dele, que riu da minha reação.
— Ah, relaxa! Quem nunca quis dar uma olhadinha em casas como essa, né? — ele respondeu, dando de ombros e abrindo uma porta próxima.
Curiosa, me aproximei para ver o que ele tinha encontrado. Era um escritório, com estantes cheias de livros e uma mesa de vidro com um computador moderno. Tinha até uma poltrona de couro que parecia ser incrivelmente confortável. Magrão entrou no escritório como se fosse dele, examinando os livros nas estantes.
— Olha só isso! — ele disse, pegando um livro de capa dura que parecia ser uma edição antiga de algum clássico. — Aposto que ele nunca abriu esse livro
Saímos do escritório e continuamos pelo corredor, espiando dentro dos quartos e comentando sobre como a casa era impressionante. Cada cômodo parecia que valia o meu pulmão e o de Magrão,ok, pulmão é demais por que não deve valer nada, já que os nossos estão todos pretos. Eventualmente, acabamos em uma sala de jogos, onde havia uma mesa de sinuca, um bar e uma enorme TV de tela plana.
Fiquei mais uns minutos na sala de jogos porém fui em direção à cozinha, deixando Magrão jogado no sofá.
— Vão se comer num motel — falei ao ver meu irmão e Maju quase criando um CPF novo NA MINHA FRENTE.
— Isso é falta de pica o seu estresse — Otávio falou e eu dei o dedo
— Ai que saudades de quando eu era filha única e não tinha uma peste pra me atormentar — falei abrindo a geladeira.
Peguei meu Toddynho e fui até a área externa, onde estavam todos, menos o meu irmão, sua namorada e Magrão.
Me deitei na rede ao lado de Apollo, que iniciou um cafuné na minha cabeça
— Duvido você pagar um Japa pra mim hoje — falei no ouvido dele.
— vai continuar duvidando — ele falou rindo e eu revirei o olho — brincadeira, loira
Quebra De Tempo — 🌃 '
— Eu sou uma decepção Manu, eu não sou assim — Barreto falou chorando com uma garrafa de vodka na mão.
— Se liga parça! Tu não fez nada demais não! — Apollo falou tirando a garrafa de vodka da mão de Barreto.
— O Jotapê vai brigar comigo — Ele falou limpando as lágrimas
— Jotapê tá puto por que o Corinthians perdeu! Tu acha que ele vai ligar agora pra você que tá bêbado? — falei me levantando do chão.
— Eu tô bêbado — Ele falou chorando lembrando de sua situação. — Como que eu falo isso pra minha mãe?
— Relaxa Cuzão! — Apollo falou ajudando Barreto a se levantar — Quer que eu dê um salve no Jota? — ele perguntou para Barreto
— Eu quero
Saímos da área externa e voltamos para a área da churrasqueira, onde Jotapê estava sentado, lidando com a grelha e o cheiro de carne no ar. Ele já estava visivelmente descontraído, tentando se distrair do estresse da derrota do Corinthians.
Quando entramos no espaço, Jotapê levantou o olhar e viu Barreto, que estava sendo apoiado por Apollo e tentando se manter em pé com um copo de água na mão. O cenário foi o suficiente para fazer Jotapê estourar em risadas.
— O que é isso, mano? — Jotapê perguntou, rindo e abanando a grelha. — Barreto, tu tá parecendo um daqueles personagens de filme que sempre se metem em encrenca!
— Eu sei, Jota, é que... — Barreto tentou falar, mas a mistura de choro e risada fez com que sua explicação ficasse confusa.
— Calma aí, amigo! — Jotapê disse, ainda rindo. — O que aconteceu dessa vez? Tu tá aí todo embriagado, chorando e tentando explicar a situação?
— Tô aqui, chorando e me perguntando como que eu vou contar isso pra minha mãe — Barreto respondeu, limpando as lágrimas.
— Relaxa, velho. Vou te ajudar a arrumar as coisas. Mas antes de mais nada, vamos te dar algo para comer e te acalmar um pouco.
— Eu agradeço, Jota. — Barreto disse, tentando se recompor enquanto Apollo e eu nos posicionávamos para ajudar com o que fosse necessário.
— Ae, vou pegar meu Toddynho Rapidão — falei e fui em direção a cozinha
Quando saí da área da churrasqueira em direção à cozinha, pensando em pegar meu Toddynho, senti uma mão puxando minha cintura. Olhei para o lado e era Apollo, com um sorriso brincalhão no rosto. Antes que eu pudesse reagir, ele inclinou a cabeça e me deu um beijo suave nos lábios.
Fiquei um pouco surpresa, mas o beijo foi agradável e me fez esquecer o estresse da situação. Dei uma risadinha e olhei para ele com um sorriso, retribuindo o beijo de forma leve e carinhosa.
— Ah, é assim que você vai pagar o Japa? — perguntei, brincando.
— Talvez — ele respondeu, com um brilho travesso nos olhos. — Mas também é só porque eu tava com saudades desse sorriso seu.
Com um último olhar e um sorriso, fui até a cozinha para pegar meu Toddynho, ainda pensando no quão confuso e ao mesmo tempo divertido estava sendo a noite. Quando voltei para a área externa, Jotapê já estava ajudando Barreto a se recompor e preparando algo para ele comer.