MANU
point of view- Flor, almoçar - Meu avô disse após ele bater na porta do meu quarto.
- Já vou - resmunguei me levantando da cama
Botei um short da Hello Kitty com uma regata branca com uma touca de cetim rosa e um Crocs rosa
- Oi vó - Falei dando um beijo na testa da mais velha, que estava na cozinha terminando de preparar a salada
- Oi, querida - respondeu minha avó, com um sorriso gentil. - Pode se sentar, o almoço já está quase pronto.
Eu me acomodei na cadeira e observei o que ela estava fazendo. Havia uma variedade de pratos coloridos e apetitosos sobre a mesa: salada fresca, arroz, feijão, e um prato de frango assado.
- Como foi a sua manhã? - minha avó perguntou enquanto ela colocava os pratos na mesa.
- Ah, foi tranquila. Apenas organizei algumas coisas, li um pouco, dormi e acordei agora - respondi, tentando não parecer muito cansada. - E você?
- Ah, fui na feira e aproveitei para comprar caranguejo que você adora! - disse ela, dando uma última olhada na mesa antes de se sentar à mesa. - Vamos comer, então.
Senti um sorriso se formar no meu rosto ao ouvir sobre o caranguejo. Era um dos meus pratos favoritos, e minha avó sempre fazia de um jeito que eu adorava.
- Caranguejo, sério? - perguntei, tentando esconder a empolgação. - Você é a melhor!
- Sempre faço com carinho - respondeu ela, puxando a cadeira para se sentar. - Agora, vamos comer antes que fique frio.
O almoço começou, e conversamos sobre as coisas do cotidiano, o que aconteceu na feira e o que planejava fazer no resto da semana.
- Ah, e você não vai acreditar - minha avó começou, com um brilho nos olhos. - Encontrei uma senhora na feira que me contou sobre uma receita nova para o bolo de cenoura. Estou pensando em experimentar para o próximo domingo.
- Sério? - perguntei, interessada. - Vou adorar experimentar.
- Fico feliz que goste. Eu também estou animada. - Ela sorriu, satisfeita.
Conversamos mais sobre a receita e outros pequenos detalhes da vida cotidiana enquanto continuávamos a comer. O tempo passou de forma leve e natural, ajudei minha avó a lavar as louças e logo que terminei, comecei a me arrumar para ir ao estúdio
- O irmão mais lindo do mundo chegou - Otávio falou entrando no meu quarto
- Já pode ir embora já - falei e ele revirou o olho - Cadê a Maju?
- Ficou em casa, tá surtadona de ciúmes - ele falou se tacando na cama
- Que merda que tu fez? - perguntei enquanto passava o gloss
- Curti a foto de uma menina - Ele falou e eu ergui a sombrancelha - de bikini - ele falou em um tom baixo
- que?! - berrei. - Otávio Bortolli, você andou com o Ajota e bebeu? Fumou maconha? Você tá louco, só pode! - Falei me levantando rapidamente da penteadeira - Agradeça aos céus por eu não ser a Maju nessas horas, pois se eu fosse, você já estava solteiro! - falei abrindo o meu guarda roupa, procurando algo para eu vestir
- Ai, calma, Manuella! - Otávio levantou-se rapidamente da cama, tentando parecer mais sério. - Não foi nada demais, só um deslize.
- Deslize? - perguntei, escandalizada. - Você tem ideia do que fez? Se eu fosse a Maju eu deslizava era a minha mão na sua cara
- Eu sei, eu sei, mas você sabe como ela é. - Ele começou a andar de um lado para o outro. - Vou ligar pra ela e explicar, tudo bem?
- Faz isso antes que ela faça uma cena pública. - Falei, finalmente encontrando uma roupa que não me deixava com raiva. - E você, presta mais atenção da próxima vez.
Otávio saiu do quarto, tentando ligar para Maju e apaziguar a situação. Eu respirei fundo, pensando em como o dia começou tão tranquilo e agora estava se transformando em um caos total. Com a roupa finalmente pronta e meu humor um pouco mais controlado, fui em direção ao quarto dos meus avós, avisando que eu já estava de saída.
Peguei meu celular que carregava na cozinha junto com o meu pod de maçã verde e fui em direção ao ponto de ônibus.
Quando cheguei ao ponto de ônibus, tentei relaxar e me concentrar no que precisava fazer no estúdio. O caos da manhã ainda estava fresco na minha mente, mas sabia que precisava focar para que o dia não fosse ainda mais complicado.
Enquanto esperava pelo ônibus, decidi dar uma olhada nas mensagens e nas redes sociais para me distrair um pouco. Recebi uma notificação de Maju, que parecia ainda furiosa, então resolvi responder rapidamente para mostrar que estava ciente da situação, mesmo que não pudesse fazer muito no momento.
Finalmente, o ônibus chegou e eu embarquei, encontrando um assento confortável. Durante o trajeto, a música do meu fone me ajudou a acalmar os nervos. A expectativa pelo que o estúdio reservava me distraiu, e eu comecei a pensar em como o trabalho poderia ser uma boa forma de desviar a atenção do drama em casa.
Quando o ônibus parou e eu desci, tive que andar um pouco para finalmente chegar no estúdio, onde eu vi o carro de Veigh e de G.A que estavam me esperando.
Comprimentei a recepcionista do estúdio e subi em direção aonde os meninos estavam.
- Finalmente! - Veigh falou assim que eu cheguei.
- Atrasada como sempre, Manuella - G.A acrescentou, sorrindo.
- Culpa do Otávio e da Maju, você não imagina o que rolou - contei, tentando não deixar que a frustração tomasse conta.
- Ah não, o que aconteceu? - Veigh perguntou, com um tom curioso.
Expliquei rapidamente o drama do Otávio e a confusão com Maju. Veigh e G.A ouviram com atenção, trocando olhares compreensivos.
- Tavin é foda hein? - Veigh comentou, colocando a mão no ombro. - Mas agora é hora de focar, choppagang
Nós começamos a trabalhar nos projetos do dia. As conversas descontraídas e a energia positiva do estúdio ajudaram a aliviar a tensão e a me concentrar nas tarefas. O dia passou rapidamente, e, quando finalmente terminei, senti uma satisfação ao ver os resultados do nosso trabalho.
Ao voltar para casa, o trânsito estava tranquilo e o clima estava agradável. Cheguei em casa e encontrei meus avós sentados comendo bombom no sofá.
- A neta favorita de vocês chegou - falei me tacando no sofá
- Coitada - Meu avô falou brincando, eu espero.
- Que isso vovô!
Fui até o meu quarto, taquei minha mochila em algum canto e me taquei na cama, pegando no sono