Estou deitada no colo de Apollo sentada em um banco da praça, viemos hoje na Linear, ele não vai rimar, mas viemos pra nós destrairmos mesmo.
Eu estou com a cabeça encostada no peito dele, sentindo o ritmo da respiração calma de Apollo. O barulho das rimas rolando na roda me distrai um pouco, mas o toque dele é o que me prende mais. A gente não tem nada definido, mas nesses momentos parece que o mundo ao redor desaparece.
Olho para cima e vejo ele olhando pra roda, meio distraído, mas sinto a mão dele acariciando meu braço de leve, como se fosse automático. Gosto do jeito que ele me olha, do jeito que ele me faz sentir.
— Late pombinhos — Bask falou fazendo um toque na mão de Apollo, do seu lado, Sol e Gabi.
Ele deu uma risada baixa e apertou minha cintura de leve, como se confirmasse o que Bask tinha acabado de falar. Eu me ajeitei um pouco, ficando mais perto ainda, sentindo o calor do corpo dele. Apesar da zoação, eu não queria sair dali.
— Salve irmão — Apollo respondeu, sem tirar o sorriso do rosto.
Bask deu uma risada e voltou a se concentrar na roda, mas eu podia sentir os olhares de Sol e Gabi sobre a gente. Aquelas duas sempre tinham uma piadinha na ponta da língua, mas, por alguma razão, não me importava com o que pensavam ou falavam. Aqui, no colo de Apollo, tudo parecia certo.
— Tá confortável aí? — ele perguntou, baixinho, olhando pra mim com aquele jeito calmo que só ele tem.
— Aham, tô sim — respondi, sorrindo de volta.
Ele voltou a olhar para a roda, mas continuou com a mão no meu braço, fazendo aquele carinho lento e despreocupado. Eu fechei os olhos por um instante, aproveitando a tranquilidade. Não sei exatamente o que somos, mas nesses momentos sinto que não preciso de rótulos. O que a gente tem já me parece suficiente, pelo menos por enquanto.
Peguei meu celular e vi notificação do grupo das meninas.
