MANU
point of viewMeu Deus, eu não aguento mais! Meu irmão chamou os meninos para virem aqui pra casa, eles estão a uma hora gritando por conta de FIFA.
Nesse momento, estou sentada na minha cama pintando meu caderno de desenho.
Levei um susto com a minha janela sendo aberta, revelando Apollo.
— Abre a porta ai, maluca — ele falou e eu afirmei e logo ele fechou a porta
Me levantei da cama e abri a porta, demorou uns 2 minutos e ele entrou no quarto, se tacando do meu lado
— Tá fazendo o que? — ele perguntou, curioso.
— Advinha
— Nem sei por que pergunto — ele falou e eu ri fraco. — Você sempre tá desenhando — Apollo comentou, pegando um dos meus lápis coloridos e girando entre os dedos.
— É uma forma de fugir desse caos aí fora — respondi, apontando com o queixo para a porta, de onde ainda dava para ouvir os gritos e risadas dos meninos jogando FIFA.
Apollo soltou um suspiro e se esticou na cama, apoiando a cabeça nas mãos enquanto olhava para o teto.
— Nem me fale, às vezes parece que essa casa vira um campo de guerra — ele disse, parecendo cansado só de pensar.
Voltei a focar no meu desenho, as cores misturando-se no papel e criando formas que só existiam na minha cabeça. Era o único lugar onde eu sentia que tinha controle.
— Como você consegue ficar tão tranquila com esse barulho todo? — Apollo perguntou, quebrando o silêncio.
— Eu me acostumei — respondi, dando de ombros. — Além disso, desenhar me ajuda a ignorar tudo ao redor. Parece que o mundo lá fora não existe quando eu estou concentrada.
— Invejo isso — ele murmurou, virando o rosto para me olhar. — Cadê a malucona da Gabrielly? — ele perguntou, notando a falta dela no local.
— Tá no apartamento arrumando as coisas das mudanças — Falei fechando o livro de pintura — Deixa eu pintar suas tatuagens? — perguntei.
— Deixo!
Quebra De Tempo
Acordei sem Apollo do meu lado, me levantei da cama, pentei meu cabelo e fui até a cozinha, onde vi Apollo e minha vó conversando
— Bom dia, dorminhoca — Apollo brincou ao me ver entrar na cozinha.
— Bom dia — murmurei, esfregando os olhos ainda meio sonolenta.
Minha avó estava ocupada fazendo café, mas se virou para me dar um sorriso caloroso.
— Bom dia, querida. Dormiu bem?
— Dormi sim, vó. E você?
— Como uma pedra — ela respondeu com um sorriso, voltando a se concentrar na cafeteira.
Apollo estava sentado na mesa, com um copo de suco na mão e a expressão relaxada. Ele parecia estar à vontade ali, como se aquela fosse sua casa também. Eu me sentei ao lado dele, pegando uma torrada do prato que estava na mesa.