capítulo 25

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Na manhã seguinte, o sol mal havia nascido quando Ling recebeu uma ligação da agência de segurança. Ela estava no quarto que lhe havia sido designado na casa dos pais de Orm, já acordada e pronta para iniciar mais um dia. Com a postura firme, ela atendeu o telefone, esperando mais uma atualização de rotina, mas o tom sério do agente do outro lado da linha imediatamente chamou sua atenção.

“Ling, conseguimos mais informações sobre quem está por trás do atentado contra Orm,” disse a voz do outro lado, firme, mas carregada de preocupação. “Temos fortes suspeitas de que é alguém do círculo próximo dela. Alguém com acesso suficiente para conhecer seus horários e movimentos.”

Ling permaneceu em silêncio por um momento, digerindo a informação. Seu coração acelerou ligeiramente, mas sua voz permaneceu controlada. “Vocês têm nomes? Quem poderia querer isso?”

O agente hesitou antes de continuar. “Ainda não podemos confirmar completamente, mas todos os sinais apontam para um antigo colega de trabalho de Orm, alguém que ela conheceu durante um projeto anterior. Parece que houve algum conflito pessoal que nunca foi totalmente resolvido, e isso pode ter escalado de forma perigosa.”

Ling estreitou os olhos, processando cada detalhe. A ideia de que alguém próximo a Orm poderia tramar algo tão terrível a preocupava profundamente. Isso significava que a ameaça era ainda mais séria e que Orm poderia estar em perigo mesmo nos ambientes que deveriam ser os mais seguros.

“Entendido,” Ling respondeu, sua voz firme. “Vou intensificar as medidas de segurança e manter Orm sob vigilância constante. Qualquer nova informação, por favor, me informe imediatamente.”

“Pode deixar,” respondeu o agente. “Mas, Ling, tome cuidado. Se essa pessoa está tão perto, ela pode ser imprevisível.”

“Eu sempre tomo cuidado,” Ling disse, encerrando a ligação.

Com o telefone ainda em sua mão, Ling olhou para o corredor que levava ao quarto de Orm. Ela sabia que precisaria informá-la, mas também sabia que isso apenas aumentaria a tensão entre elas. A relação já complicada, misturando profissionalismo e a crescente proximidade emocional, ficaria ainda mais tensa com essa nova informação.

Ling respirou fundo, preparando-se mentalmente para o que viria a seguir. Sabia que, independentemente de como Orm reagisse, ela estava ali para protegê-la, a qualquer custo. Mesmo que o inimigo estivesse mais próximo do que elas poderiam imaginar.

Ling desceu até a cozinha em busca de um café. Após a ligação tensa que recebera da agência, ela precisava de alguns minutos para reorganizar seus pensamentos. A cozinha da casa dos pais de Orm era grande e bem equipada, com bancadas de mármore e um aroma delicioso de café fresco que pairava no ar.

As empregadas da casa estavam ocupadas com as preparações do café da manhã, mas quando viram Ling entrar, elas a saudaram calorosamente. Embora reservada, Ling sempre fora educada e atenciosa, e as empregadas rapidamente simpatizaram com ela. Enquanto preparava seu café, Ling trocou algumas palavras com elas, sorrindo ocasionalmente diante dos comentários sobre a vida na casa e as histórias do passado de Orm, que as empregadas compartilhavam de maneira afetuosa.

Enquanto isso, Orm, que estava se preparando para sua sessão de fotos, decidiu descer para pegar algo leve antes de sair. Ao se aproximar da cozinha, ela parou no corredor ao ouvir a risada suave de Ling misturada com as vozes das empregadas. Ela entrou na cozinha silenciosamente, observando a cena diante dela: Ling parecia relaxada, uma expressão rara em seu rosto habitualmente sério, enquanto as empregadas a rodeavam com simpatia.

Um sentimento inesperado se apoderou de Orm. Uma pontada de ciúmes. Ela não gostava da forma como as empregadas estavam tão à vontade com Ling, como se ela fosse mais que apenas uma funcionária. Isso a incomodava profundamente, mesmo que ela não quisesse admitir para si mesma.

Ling percebeu a presença de Orm primeiro e imediatamente endireitou a postura, voltando à sua habitual expressão neutra. As empregadas também notaram Orm e se afastaram um pouco, respeitosas. O ambiente leve da cozinha se transformou instantaneamente.

“Você já está pronta?” Orm perguntou a Ling, com um tom que disfarçava sua irritação.

“Sim, estou pronta,” respondeu Ling calmamente, pegando seu café e dando um breve aceno de cabeça para as empregadas antes de sair da cozinha ao lado de Orm.

Conforme se dirigiam para o carro, a tensão entre as duas era palpável, mas nenhuma delas mencionou o que havia acontecido na cozinha. Orm estava claramente aborrecida, mas se controlou, decidindo focar na sessão de fotos que tinha pela frente.

A caminho do estúdio de fotos, Orm permaneceu em silêncio, o que não era incomum, mas dessa vez o ar estava carregado com uma tensão subentendida. Ling, como sempre, estava atenta e pronta para proteger Orm, mas não podia deixar de notar a mudança de humor da atriz.

Ao chegarem ao local, a equipe já estava preparada para a sessão. Orm logo se envolveu em seu trabalho, trocando de roupa e sendo maquiada enquanto se preparava para mais uma série de fotos glamorosas. Mas, mesmo enquanto posava diante das câmeras, sua mente ocasionalmente voltava à cena na cozinha, e ao desconforto que sentiu ao ver Ling tão à vontade com outras pessoas.

Orm estava acostumada a ser o centro das atenções, e o fato de Ling, que até então só tinha olhos para seu trabalho, estar em outro contexto, mesmo que por um momento, a incomodava mais do que ela queria admitir.

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