capítulo 26

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Enquanto Orm estava no meio de sua sessão de fotos, ajustando uma pose sob as luzes brilhantes, uma presença familiar entrou no estúdio. Freen, sua amiga de longa data, havia chegado para tirar algumas fotos também ela estava acompanhada. Ao terminar uma sequência de fotos, Orm se aproximou de Freen, trocando abraços calorosos. “Freen, que surpresa boa!” disse Orm, mantendo um sorriso, embora algo a incomodasse.

“Você sabe como é, sempre ocupada,” Freen respondeu, enquanto Becky se dirigia para a lateral do estúdio, onde Ling estava de pé, sempre atenta.

Becky, que era extrovertida e amigável, rapidamente puxou conversa com Ling, interessada em saber mais sobre a segurança de Orm. Ling, embora reservada, respondeu educadamente às perguntas de Becky, mantendo sua postura profissional, mas sem ser ríspida.

Orm, no entanto, não pôde deixar de notar a interação e uma sensação incômoda surgiu novamente. O ciúme, agora mais evidente, fez com que ela lançasse olhares furtivos na direção de Ling e Becky, com uma expressão que Freen imediatamente captou.

“Está tudo bem, Orm?” Freen perguntou, um sorriso divertido nos lábios. Ela conhecia Orm o suficiente para entender quando algo estava fora do comum.

“Está, claro que está,” Orm respondeu um pouco rapidamente, desviando o olhar. Ela sabia que estava agindo irracionalmente, mas não conseguia controlar. Ver ling conversando com outra pessoa a incomodava de uma forma que ela não conseguia explicar.

Freen riu suavemente, colocando uma mão no ombro de Orm. “Não se preocupe, Orm. Aquela é minha esposa Becky . Você pode relaxar, não há nada para se preocupar aqui.”

Orm ficou sem graça, percebendo como estava se comportando. “Eu não estava preocupada,” disse ela, tentando soar casual, mas falhando. “É só que... Ling é apenas uma funcionária.”

Freen balançou a cabeça com um sorriso compreensivo. “Claro, claro. Só achei engraçado o quanto você estava de olho nela.”

Após a troca de palavras entre Orm e Freen, a tensão no estúdio parecia se dissipar um pouco, mas o desconforto ainda pairava no ar. Freen, com sua natureza amigável, logo mudou o assunto para algo mais leve, falando sobre as últimas novidades em suas vidas. Orm se esforçou para acompanhar a conversa, mas sua mente continuava voltando à cena que acabara de testemunhar.

Becky ainda estava conversando com Ling, e o fato de Ling estar tão à vontade nessa interação incomodava Orm mais do que ela queria admitir. Era uma combinação de ciúmes e uma sensação de perda de controle sobre uma situação que ela não conseguia entender completamente.

“Então, como você está se saindo com sua segurança?” Freen perguntou, percebendo que Orm estava perdida em pensamentos e tentando puxar o foco da amiga de volta à conversa.

“Ela é... eficiente,” Orm respondeu, com um tom quase seco, enquanto lançava mais um olhar rápido para Ling e Becky. “Mas, às vezes, ela esquece que está aqui para trabalhar, não para fazer amigos.”

Freen levantou uma sobrancelha, surpresa com a resposta. “Ela está apenas sendo educada, Orm. Não é todo mundo que consegue lidar com o seu temperamento sem criar algumas alianças.”

Orm cruzou os braços, defensiva. “Não estou preocupada com isso. Só acho que ela deveria se concentrar mais no trabalho.”

Freen deu um sorriso de canto, percebendo que Orm estava lutando contra algo mais profundo. “Sei que você gosta de manter tudo sob controle, mas talvez seja bom deixar as coisas fluírem um pouco. Ling parece ser boa no que faz, e talvez seja interessante conhecer um pouco mais sobre ela, além do lado profissional.”

Orm bufou levemente. “Eu não estou interessada nisso. Não tenho tempo para essas coisas.”

“Tem certeza?” Freen provocou suavemente, observando a amiga com atenção. “Porque parece que você está bem mais interessada do que gostaria de admitir.”

Antes que Orm pudesse responder, um assistente do estúdio chamou Freen para começar sua própria sessão de fotos. Becky, que já havia terminado de conversar com Ling, se aproximou para se despedir de Orm.

“Foi bom te ver, Orm,” Becky disse, sorridente. “Espero que a gente possa sair algum dia desses, só para colocar o papo em dia.”

Orm forçou um sorriso. “Claro, Becky. Seria ótimo.”

Enquanto Becky e Freen se afastavam para a sessão de fotos, Orm finalmente soltou o ar que nem percebeu que estava prendendo. Ela olhou para Ling, que ainda estava em sua posição de observação, agora totalmente focada no trabalho, como se nada tivesse acontecido.

“Vamos, temos que continuar,” Orm disse, sua voz carregada de um tom que misturava frustração e uma tentativa de recuperar o controle. Ela se dirigiu ao camarim para trocar de roupa, tentando afastar os pensamentos perturbadores que a incomodavam, mas com pouco sucesso.

Por mais que Orm tentasse negar, a presença de Ling estava mexendo com ela de uma maneira inesperada, e a interação entre Ling e Becky tinha sido o gatilho que revelou sentimentos que ela não estava preparada para enfrentar.

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