Dança do destino

capítulo 22

O jantar estava no auge. Orm, deslumbrante em um vestido longo vermelho que realçava sua beleza, atraía olhares por onde passava. O evento era de extrema importância para a carreira dela, uma oportunidade de fazer conexões e fortalecer sua presença na indústria. Mas, conforme a noite avançava, as taças de vinho começaram a se acumular à sua frente, e a pressão do evento parecia diminuir à medida que o álcool fazia efeito.

Ling, sempre vigilante, mantinha-se próxima, observando Orm com atenção. Ela notou quando o comportamento de Orm começou a mudar. O sorriso estava mais solto, o riso mais alto, e a postura, que antes era impecável, agora estava ligeiramente relaxada demais. Sabendo que isso poderia acabar mal, Ling se aproximou sutilmente.

“É melhor pararmos por aqui, Orm,” Ling sugeriu, abaixando-se ao lado dela, a voz baixa e calma.

Orm olhou para Ling com um sorriso bobo. “Ling, estou ótima! Só mais uma taça, ok?” Ela ergueu a taça, mas sua mão tremia um pouco.

Ling suspirou, percebendo que não adiantaria argumentar naquele momento. Orm estava decidida a continuar, então a segurança fez o que pôde para manter a situação sob controle. Ela permaneceu ao lado de Orm pelo resto da noite, certificando-se de que ninguém se aproveitasse de seu estado vulnerável.

Finalmente, a noite chegou ao fim. Orm estava visivelmente alterada pelo álcool, e Ling sabia que era hora de tirá-la dali. Com muito cuidado, Ling a ajudou a levantar da cadeira e a conduziu para fora do salão. Orm se apoiava pesadamente em Ling, rindo sem motivo aparente e murmurando palavras que não faziam muito sentido.

Quando chegaram ao carro, Ling ajudou Orm a entrar no banco do passageiro, prendendo o cinto de segurança cuidadosamente antes de tomar o volante. A viagem de volta foi tranquila, com Orm adormecendo rapidamente, o rosto suavizado pelo sono.

Assim que chegaram à casa de Orm, Ling a acordou gentilmente. “Orm, chegamos. Vamos entrar.”

Orm abriu os olhos lentamente e sorriu ao ver Ling tão próxima. “Você é tão linda, Ling...” ela murmurou, a voz baixa e embriagada.

Ling ignorou o comentário, concentrando-se em ajudá-la a sair do carro. Com muito cuidado, ela conduziu Orm até a porta de entrada, segurando-a firmemente para que não caísse. Uma vez dentro da casa, Ling fechou a porta atrás de si e guiou Orm até o quarto.

“Vamos, deite-se,” Ling disse, ajudando Orm a se sentar na cama.

Mas antes que pudesse se afastar, Orm segurou o braço de Ling, olhando diretamente em seus olhos. Havia uma intensidade ali que Ling não esperava.

“Você sempre cuida tão bem de mim, Ling...” Orm murmurou, a voz embargada de emoção e álcool. “Eu não sei o que faria sem você...”

Ling tentou sorrir de forma tranquilizadora, mas antes que pudesse responder, Orm se inclinou para frente, fechando a distância entre elas, e a beijou. O beijo foi inesperado, suave e cheio de uma mistura confusa de sentimentos.

Por um momento, Ling congelou, surpresa com a ação de Orm. Mas logo, ela recuou delicadamente, seus olhos cheios de uma preocupação silenciosa. Orm, ainda sob o efeito do álcool, sorriu sonhadora, como se tudo fosse parte de um sonho.

“Vamos deitar, Orm. Você precisa descansar,” Ling disse suavemente, ajudando-a a se deitar na cama.

Orm não resistiu, fechando os olhos enquanto murmurava algo incompreensível. Ling a cobriu com o edredom, certificando-se de que estava confortável antes de apagar as luzes e sair do quarto em silêncio.

Quando fechou a porta atrás de si, Ling encostou-se brevemente à parede, fechando os olhos por um momento, tentando processar o que acabara de acontecer. O beijo, embora breve, carregava uma carga emocional que ela não estava pronta para enfrentar.

Ling sabia que, quando a manhã chegasse, precisariam lidar com o que havia acontecido, mas por agora, ela optou por dar a Orm o espaço e o descanso de que precisava. No entanto, não podia negar que algo havia mudado entre elas, algo que iria ressoar por muito tempo.