five

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Nayla miller

Abri a porta de casa, entrando na mesma e fechando logo em seguida. Ia subindo as escadas quando congelei no primeiro degrau ao escutar aquela voz dos meus piores pesadelos.

—oi, filha. —ele disse, e sua voz me dava enjoos, tão asquerosa e repugnante.

—oi, papai. —respondi, sentindo meu estômago embrulhar.

—não vai me contar como foi seu dia? —senti seus passos se aproximando.

—não da tempo! Eu tenho que terminar umas coisas! —respondi, subindo os degraus com o máximo de velocidade que eu conseguia.

—pra que essa pressa? —escutei seus passos atrás de mim, subindo os degraus. —parece até que está com medo de mim.

—não estou com medo...—engoli seco. —só estou atarefada.

—tudo bem...—o ouvi descer as escadas e respirei aliviada.

Rapidamente entrei em meu quarto e tranquei a porta, me escorando na mesma e minha respiração começando a desregular. As lágrimas começaram a descer com força, e escondi meu rosto entre os joelhos, torcendo para que ele não tentasse nada hoje.

Olhei para cima da minha penteadeira e notei uma lâmina ali, e quando vi, ja estava na minha mão.

[...]

Ja havia tomado um banho, e vesti um moletom preto que ia até o meio das minhas coxas e um shorts jeans. Sai de casa e aproveitei que meu pai estava dormindo, cheguei na frente da casa de boris e bati na porta, esperando ser atendida. A casa dele era bem parecida com a minha, so que ela era completamente feita de madeira.

Boris veio me atender depois de alguns minutos, ele me olhou de cima a baixo, mas não disse uma palavra.

—entra. —ele abriu espaço para que eu entrasse, e assim eu fiz.

Sua sala era bem grande. Havia um grande sofa em frente a uma lareira, e uma televisão bem grande, que ocupava metade da parede, no chão havia um tapete branco de veludo, bem grande.

—vem, meu quarto é la em cima. —ele fez um sinal com a cabeça e eu o segui até o segundo andar.

A porta do quarto de boris era branca, e havia uma placa escrita "a um usuário de maconha nesse leito" fiz uma careta discretamente, mas ele logo a abriu, me dando em vista seu quarto.

Entramos no mesmo, e fiquei surpresa, era tudo muito organizado. No centro, estava sua cama com os lençóis completamente alinhados e sem nenhuma dobra, era tudo muito bem arrumado. Sera que ele arrumou tudo so porque eu vinha? Bom, com certeza não.

—você 'ta legal? —ele questionou, me tirando de meus pensamentos, e eu o encarei.

Estava pensando no que murray fazia comigo se descobrisse que estou no quarto de um garoto nesse momento.

—aham, claro. —forcei um sorriso. —porque não estaria?

—talvez por usar um moletom preto nesse calor do cassete. —ele arqueou umas das sombrancelhas e eu gelei.

—tem algo contra quem sente frio no calor? —cruzei os braços.

—não, so que ninguém sente frio em um calor desses. —ele cruzou os braços me analisando, e deu para notar algumas cicatrizes em seus pulsos, merda...boris se corta?

Por isso ele deve estar achando estranho.

—só estou meio doente. —falei, tentando fugir do assunto. —vamos fazer logo esse trabalho.

so is this love?|boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora