one

284 16 1
                                    

Nayla

Acordei com uma dor de cabeça imensa me atingindo. Olhei para o lado é o sol ja estava raiando na janela, respirei fundo, me sentando na cama e pensando um pouco na vida antes de ter coragem para me levantar e enfrentar os meus problemas. Era difícil conviver com um pai alcoolotra. Ele era abusivo demais, batia na minha mãe e ainda me tocava, era horrivel a sensação de se sentir suja sempre que isso acontecia, eu queria cortar os pedaços da minha pele apenas para parar de senti-lo impregnado em minha pele, em meu ser.

Mamãe aparentava não saber de nada, mas porque no fundo eu sentia que ela sabia de algo? Mas afinal, porque ela me deixaria sofrer? Isso não tem sentido.

Levantei da minha cama rapidamente e desci as escadas, dando de cara com uma discussão dos meus pais, respirei fundo e sai de fininho, entrando no banheiro e finalmente fazendo minhas higienes pessoais para ir a escola.

[...]

-está linda, boneca.-mamãe sorriu e eu sorri de volta.

-obrigada. -respondi sem graça.

-boa aula, querida. -a mais velha me acompanhou até a porta e eu me despedi dela antes de sair.

Era tão perceptível o sofrimento dela. Ela não estava feliz em nossa casa, e muito menos em seu casamento, tudo estava desmoronando e eu não queria contar dos abusos justamente para não deixar a cabeça dela pior ainda. Os abusos não eram so físicos, eram psicológicos e isso me deixava muito abalada.

Respirei fundo, saindo dos meus pensamentos e coloquei meus fones, andando em direção a escola calmamente. Por incrível que pareça, eu gostava de ir 'pra aula, era o meu refúgio, eu me sentia muito melhor na escola do que em casa. La eu tinha meus amigos, e isso era a única coisa boa que eu tinha, além da minha mãe.

Depois de cinco minutos andando, cheguei na escola, logo ja encontrando millie e sadie conversando sobre algo bem animadas. Me aproximei das duas acenando e as mesmas acenaram de volta, sorrindo.

-nayla! Achei que não ia vim hoje. -a ruiva disse fazendo biquinho e eu ri.

-mas eu vim! -sorri de volta e as mesmas me abraçaram, e eu retribui. -sobre oque estavam conversando?

-eu estou namorando! -millie disse animada.

-sério!? -respondi, animada. -mentira que o jake finalmente tomou coragem.

-sim! Eu estou muito feliz.

-que bom! Fico feliz por você. —dei um abraço rápido nela.

Millie e sadie eram minhas melhores amigas. Sempre estavam por perto quando eu precisava, nos conhecemos desde o fundamental e desde então, nos tornamos inseparáveis. Elas não sabiam do problema que eu passava em casa, sempre escondi tudo muito bem porque tinha medo dele fazer algo pior, e sempre que elas me visitavam ele agia diferente, elas achavam que eu tinha um ótimo pai.

-nayla? - a voz de sadie me fez sair de meus pensamentos, virei meu rosto para encara-la. -tudo bem? Esta viajando? -ela riu.

-so estou pensando, nada demais. -forcei um sorriso e ajeitei minha mochila nas costas. -vamos para a sala?

-vamos. -as duas responderam juntas.

Caminhamos para a sala enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias, e eu amava conversar com essas duas, elas sempre davam um jeito de me animar.

Cheguei no local e me assentei em minha cadeira, ajeitando minha bolsa do lado de trás, sadie sentou na minha frente e millie do meu lado, sentavamos no canto da janela.

Senti meu pescoço se arrepiar como se estivesse sendo observada, me virei para trás discretamente e lá estava ele. Boris Pavlikovsky, me encarando como se quisesse minha alma, eu nunca conseguia decifrar seu olhar ou oque ele estava sentindo, era sempre tão misterioso com aquele casaco preto e calça da mesma cor, que cobriam seu corpo inteiro. Ele exalava um cheiro forte de perfume misturado com nicotina, mas...era bom.

-ei, nayla! -sadie chamou minha atenção e eu  me virei rapidamente -você acha que meu cabelo fica melhor assim -ela prendeu o cabelo na mão, como um rabo de cavalo, ou, assim? -ela o soltou, o deixando solto.

-an...solto? -respondi.

-eu também ach- -ela fez uma carranca. -que cara é essa?

-an? Que cara? -disse ajeitando a postura.

-essa cara de tonga monga que você estava agora pouco. -ela disse me analisando.

-impressão sua, estou normal. -respondi, tentando não ficar tensa, ainda sentindo o olhar dele em mim.

-também não reparei nada. -millie disse concordando comigo.

-se vocês dizem! -colocou as mãos para trás.

____

REESCREVENDO ESTA MARAVILHA! tinha muitos pontos na historia que eu não gostava mais, por isso arquivei, então

so is this love?|boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora