twenty one

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Nayla miller

Depois que sai do banheiro e coloquei outra roupa, meu corpo estava bem mais relaxado. Logo que sai do banheiro, boris entrou. Me deitei na cama e fiquei encarando o teto, com um pouco de vergonha.

Escutei batidas na porta e me assustei, me sentando de uma vez na cama e encarando a mesma.

—boris? —era a mãe dele.

Logo boris saiu do banheiro, totalmente despreocupados e secando suas mãos em uma toalha.

—oque? —ele respondeu a mesma.

—é so pra avisar que eu ja cheguei. Você jantou?

—aham. —respondeu, seco.

—que bom, boa noite então. —os passos dela se distanciaram, me fazendo respirar fundo.

—oque foi? —ele perguntou me encarando.

—você traz garotas aqui com frequência? —arqueei uma sombrancelha.

Percebi um sorriso ladino se formar nos lábios do garoto, que se aproximou vagarosamente de mim.

—ja esta com ciúmes? —ele sentou na cama, sem tirar os olhos de mim. —por que a pergunta?

—porque você agiu normalmente quando sua mãe te chamou, parecia que ja estava acostumado com isso, ela provavelmente deve saber que você traz garotas 'pra cá, né? —semicerrei os olhos.

O garoto revirou os olhos, mas não tirou o sorrisinho idiota da cara.

—e se eu realmente trazer?

Senti uma fisgada no meu estômago e virei a cara, quebrando nosso contato visual.

—eu não ligo...afinal, eu não sou sua namorada ou coisa assim mesmo. —resmunguei.

Percebi boris rir e levar sua mão até meu queixo, puxando meu rosto em sua direção.

—você é a primeira garota que eu trago aqui, nayla. —disse sério, e eu fiquei aliviada.

—serio?

—você acha mesmo que alguma menina ia se interessar por mim? Eu pareço um psicopata do caralho. —ele riu.

—é que você nunca deixava ninguém se aproximar...

—eu prefiro evitar as pessoas. —ele se deitou ao meu lado e se cobriu com a coberta, me cobrindo junto também.

Evitei continuar com essa conversa, afinal, boris não parecia gostar de falar sobre si mesmo.

—vem ca...—ele pegou levemente em meu braço e me puxou para perto dele, deitando minha cabeça em seu peito nu. Respirei fundo com o ato do mesmo e senti meu coração acelerar, mas me deixei relaxar.

Fechei meus olhos e o mesmo colocou seu braço em volta da minha cintura, enfiei minha cabeça na curvatura de seu pescoço e o seu cheiro exalou em meu nariz, me deixando ainda mais relaxada.

Isso estava tao bom, e eu queria ficar aqui 'pra sempre.

[...]

Acordei com boris se levantando, abri os olhos e o encarei. Seu cabelo estava bagunçado e aquilo deu um ar muito atraente nele, céus...

—bom dia. —ele disse com a voz rouca e sonolenta.

—bom dia...—me sentei na cama. —que horas são?

Ele pegou seu celular em cima do criado mudo e ligou o mesmo.

—seis e meia. Se quiser dormir mais, pode. —ele disse caminhando até o banheiro.

—não...eu quero ver minha mãe logo —me espreguicei.

—claro. —ele entrou no banheiro.

Respirei fundo e comecei a ter flashbacks da noite anterior, e um pouco de vergonha me rodeou. Eu realmente deixei ele me tocar, e eu gostei. Era tao bom quando as coisas fluem naturalmente, sem ninguém te obrigar a nada.

Rapidamente as cenas de murray me tocando invadiram minha cabeça.

Vários flashbacks e cenas diferentes do que acontecia rodearam minha mente.

Senti meu coração se apertar e meu ar faltar.

"NÃO! HOJE NÃO, PORFAVOR!"

"você é tão deliciosa, minha filha."

Ouvi a porta do banheiro ser aberta e rapidamente me recompus, respirei fundo e engoli o choro.

—você quer ir agora?

—sim..—me levantei da cama e caminhei até o banheiro do quarto de boris, entrando no mesmo.

[...]

Depois de fazer minha higiene, eu e boris saimos de sua casa e entramos no carro, o garoto deu partida e rapidamente chegamos no hospital.

Sai de dentro do carro praticamente correndo e entrei no hospital, nem chequei se boris estava atrás de mim ou não, eu precisava ver minha mãe e ter certeza de que ela esta melhor.

Cheguei na recepção, e a moça ja pareceu me reconhecer.

—olá nayla. Veio ver sua mãe, certo? —perguntou, e eu assenti. —ok.. —ela digitou algo no computador. —me acompanhe.

Ela saiu e eu fui atrás, chegamos a porta de um quarto e a doutora abriu o mesmo e deu espaço para mim entrar. Adentrei o local e senti meu peito se apertar.

Minha mãe estava entubada, metade de seu rosto estava enfaixado. Sua perna direita estava engessada, e sua respiração estava bem fraca.

—bom dia. —uma enfermeira entrou no quarto.

—vou deixa-las a sós. —a recepcionista sorriu e saiu.

—você é filha da senhora rebecca? —ela questionou, apenas assenti. —então...o quadro da sua mãe é um pouco grave. A batida foi muito forte, e o suspeito fugiu do local. Tudo indica que foi um atropelamento proposital. Ela quebrou a perna direita, fraturou a coluna e metade do seu rosto ficou bem deformado.

Um bolo se formou em minha garganta e eu queria chorar ali mesmo, mas me manti seria, eu não queria desabar ali.

—e...você acha que ela vai ficar bem? —perguntei, com a voz enfraquecida.

—faremos o possível.

—e ela não acordou ainda? —perguntei.

—sua mãe provavelmente entrou em coma, querida.

Senti meu peito arder e o choro vir a tona, mas dessa vez eu não consegui segurar. Quase cai no chão, se a enfermeira não tivesse me segurado.

—se acalme, faremos o possível para ela melhorar. —ela me abraçou, e ali mesmo eu chorei.

E se ela não melhorasse? Oque eu iria fazer? Murray iria acabar comigo de todas as formas possíveis, ele iria me destruir em pedacinhos.

so is this love?|boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora