sixteen

29 5 1
                                    

Boris Pavlikovsky

Eu não conseguia tira-la da cabeça a noite toda. Nayla havia consumido meus pensamentos, ela estava grudada em cada parte da minha mente, e isso estava me sufocando.

Eu estava começando a me importar com ela, e não era isso que eu queria, as pessoas são cruéis demais, e eu queria ficar sozinho. Pelo menos, eu pensava assim antes de deixar ela entrar.

E agora, eu nunca deixaria alguém a machucar.

Minha mãe iria usar o carro hoje, então eu não daria carona 'pra ela.

—boris. —escutei a voz da minha mãe atrás de mim e me virei para encara-la. —onde estava com meu carro ontem?

—fui dar uma volta.

—com a filha do murray miller? —ela disse e eu revirei os olhos.

—quem te contou isso?

—eu vi vocês. Acho melhor você se afastar, o pai dela não é um cara bom.

Não a respondi, apenas coloquei minha mochila nas costas e sai de casa, sem nem olhar para trás.

Eu sabia que minha mãe estava certa, murray era literalmente um monstro, mas eu não me afastaria dela.

O caminho até a escola foi rápido, em apenas alguns minutos eu ja havia chegado. Entrei dentro da sala e nayla ja estava ali. Sadie e millie também, as duas conversavam e tentavam puxar assunto com nayla, mas ela não parecia muito afim.

A encarei até ela perceber que eu estava ali, e assim ela fez. Seu olhar estava cansada, parecia que algo muito grave havia acontecido.

Sadie e millie notaram minha presença e logo depois se encararam, parecendo conversar pelo olhar.

—sadie...vamos no banheiro comigo? —millie disse e a ruiva assentiu.

As duas saíram da sala, me deixando sozinho com nayla. Caminhei até a cadeira que tinha em sua frente e me sentei, virado de frente 'pra ela.

—oque aconteceu? —questionei.

—não aconteceu nada...—ela desviou o olhar.

—não é oque parece. —arqueei uma sombrancelha.

—eu 'to bem, ja disse, boris.

—e por que isso não me convence? —aproximei meu rosto do dela, arqueando uma sombrancelha.

—e porque você se importa tanto!? Você mesmo disse a alguns dias atrás! "Eu não me importo" ! Então VOLTE A CUIDAR DA SUA VIDA! —ela bateu as duas mãos na mesa com força e as lágrimas começaram a descer dos seus olhos, me fazendo ficar surpreso.

Me levantei de uma vez e caminhei até seu lado, me agachando e segurando seu rosto entre as mãos.

—porfavor...me deixa em paz! —ela gritou, fazendo mais lágrimas descerem. —você não sabe do que ele é capaz, VOCÊ NÃO SABE DE NADA! —ela começou a socar meu peito.

Encostei a cabeça dela em meu peito e afaguei seus cabelos, a garota agarrou meu moletom com força e enfiou seu rosto em minha roupa, e eu senti suas lágrimas me molharem.

—vem comigo....—cochichei baixinho, perto do seu ouvido.

Nayla levantou a cabeça lentamente para me olhar, e eu senti uma sensação que fazia tempo que eu não sentia, um sentimento de proteção. Ao ve-la com os olhos marejados, senti vontade de matar o pai dela.

Me levantei e segurei sua mão, chegamos no corredor e eu segurei a mesma com força, saimos correndo da escola como dois loucos.

Quando vi, ja estavamos no portão, que por sorte, ainda estava aberto.

so is this love?|boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora