thirteen

24 5 0
                                    

Nayla miller

Acordei bem cedo e me preparei para a escola. Mesmo sem vontade, eu precisava ir, se não sadie e millie iriam desconfiar, eles vieram na minha casa no fim de semana, mas eu achei melhor não abrir.

Desci as escadas rapidamente, ja que meu pai havia saido para trabalhar e isso havia me aliviado.

Estava totalmente sem fome, mas sabia que se eu não comesse, eu com certeza passaria mal.

Peguei um pacote de biscoito que estava em cima da bancada e abri, pegando dois e comendo.

Escutei uma buzina e me assustei, logo lembrei que boris havia dito que viria me buscar, mas eu não levei tão a sério.

Ajeitei minha bolsa nas costas e sai de casa, dando de cara com seu carro estacionado. Tranquei a porta e guardei a chave na bolsa.

Me aproximei de seu carro e fiquei encarando boris por algum tempo, até ele me disser que posso entrar.

—vai ficar plantada ai? Entra.

Dei a volta no carro e abri a porta do passageiro, adentrando o mesmo e fechando a porta logo em seguida.

Senti o olhar de boris me analisando e me virei para encara-lo.

—vai passar mal com esse moletom.

—você também vive usando.

—não importa.

—prefere que eu deixe todos verem os machucados?

—pare de se cortar, é mais simples.

—não é fácil assim.

Boris ligou o carro e deu partida, encostei minha cabeça no vidro e fiquei olhando o movimento da rua, era tudo muito movimentado aqui.

—você faz tudo parecer mais difícil do que realmente é. —ele quebrou o silencio.

—se fosse fácil parar de uma hora 'pra outra você também ja tinha parado. Vai fazer oque, ficar me vigiando 24 horas por dia?

Boris ficou quieto novamente e eu me virei para encara-lo, ele estava sério e com certeza estava cogitando essa possibilidade.

—eu não falei sério! —disse em um tom mais alto. —você nem pense em me vigiar.

—se for preciso...

—para com isso, boris!

—eu to só zuando. —ele riu ladino e eu senti um arrepio percorrer meu corpo, porque boris era tão atraente?

Encostei minha cabeça novamente na janela e ficamos calados o resto do trajeto todo até a escola.

Boris estacionou o carro e nós descemos, alguns olhares estavam estavam na gente, inclusive o de millie e sadie. Boris me deu uma última olhada antes de enfiar as mãos no bolso e entrar na escola, millie e sadie me olhavam com malícia e eu revirei os olhos.

—uiui, não tem nada 'pra contar 'pra gente? —a ruiva me cutucou e eu senti meu rosto esquentar.

—não é nada disso que vocês estão pensando!

—não é oque parece. —millie disse rindo.

—esse seu sumiço nos últimos dias...isso tem nome hein. —sadie levantou as sombrancelhas de forma maliciosa.

—meu Deus! Vamos entrar e eu explico tudo.

Sai andando na frente e minhas amigas me seguiram, eu explicaria tudo a elas, mas com certeza pularia a parte sobre meu pai, quanto menos gente souber, melhor.

Chegamos no refeitório e nos sentamos, as garotas pareciam muito curiosas em relação a boris, me encaravam com malícia e eu queria me enfiar em um buraco.

—da pra parar de me olhar assim? —disse estressada —ta, olha. Tudo começou no dia da festa que nós fomos. Tenho certeza que vocês nem se lembram de quase nada.

—realmente, eu bebi muito aquele dia. —sadie disse se recordando.

—eu nem lembro como cheguei em casa. —millie disse fazendo uma careta.

—eai nesse dia, o zack que estuda com a gente me ofereceu drogas...e eu estava muito chapada, então eu aceitei. A gente foi para o fundo da casa usar, e eu gostei, gostei ao ponto de querer mais, mas boris me impediu. Ele chegou na hora que a gente estava usando e pediu para me levar embora, e eu deixei. E ai eu so lembro de ter acordado na cama dele, com as roupas dele.

As garotas estavam boquiabertas e com os olhos arregalados, provavelmente pensando alguma besteira.

—então...vocês-

—não! —fiz uma careta! —eu so dormi lá, e boris dormiu no chão e eu na cama, e ai depois disso acabamos virando bons amigos.

—tem certeza que não rolou nada? —millie arqueou uma sombrancelha.

—claro! Ele nunca iria fazer algo comigo desacordada.

—é, ele não é tão babaca assim. —sadie concordou com a cabeça.

—e ai depois disso...viramos bons amigos, é isso.

—e você não sente nada por ele?

Senti meu estômago embrulhar com essa sensação, quando eu estava perto de boris, sentia uma sensação diferente, apesar dele não me dar muita bola as vezes, e isso esta mudando, ele parece se importar agora.

—não...claro que não. Só amizade.

Até porque, eu nunca admitiria isso.

—agora lembrei de uma coisa, porque você não atendeu a gente quando fomos na sua casa? —sadie perguntou e eu engoli em seco.

—eu...estava visitando minha avó, e ai chegamos ontem a tarde, por isso eu não vim na aula.

—ah, entendi. —sadie disse, parecendo conformada. —podia pelo menos ter atendido as nossas ligações.

—meu celular quebrou...

Na verdade, ele o quebrou.

—agora faz sentido.

É, pelo menos para vocês faz.

so is this love?|boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora