cap 3

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O céu noturno de La Push estava iluminado pelo brilho laranja da fogueira, as chamas dançavam no ar frio enquanto o som das ondas quebrava ao fundo. Ellie e as outras já estavam reunidas em torno do fogo, rindo e conversando animadamente. Billy, Quill, Jared, e Allison estavam contando histórias antigas, relembrando os bons tempos da juventude, enquanto Leah e Seth ouviam, sorrindo de vez em quando.

De repente, o som de risadinhas e passos apressados se misturou ao ambiente. Sam e Paul chegaram com as crianças da escola, e Aiyana, que estava no colo do pai, imediatamente se contorceu para descer. Assim que Paul a colocou no chão, a pequena correu em direção a Ellie, segurando algo nas mãos.

— Mamãe, olha! — Aiyana gritou, os olhos brilhando de entusiasmo. — Eu fiz esse desenho na escola pra você!

Ellie sorriu ao ver o rosto da filha iluminado pela fogueira, os traços bronzeados e os olhos castanhos escuros de Paul claramente refletidos nela. Ela se agachou para ficar na altura da filha e pegou o desenho, um sorriso carinhoso em seus lábios.

— Está lindo, Aiyana! — Ellie disse, admirando os rabiscos coloridos que representavam a família. — Eu vou guardar esse com todos os outros que você fez.

Antes que Ellie pudesse abraçar a filha, Embry chegou, acompanhado de Mia. Aiyana imediatamente correu para ele, os bracinhos estendidos em direção ao tio.

— Tio Embry! — ela exclamou, abraçando-o apertado. — Por que você não me levou na floresta hoje?

Embry sorriu, abaixando-se para ficar ao nível dela.

— Eu queria muito, teimosinha, mas hoje foi por uma causa maior.

Paul e Embry trocaram um olhar sério, algo não dito passando entre eles. Ellie, sempre perceptiva, sentiu uma pontada de preocupação no peito, mas manteve o sorriso no rosto, observando a interação entre sua filha e Embry.

Com todos reunidos ao redor da fogueira, o clima parecia leve e descontraído. As risadas ecoavam, misturando-se com o crepitar do fogo. No entanto, quando Sam se levantou, o humor no ar mudou.

— Emily, Kim, podem levar as crianças para brincar mais perto da água? — Sam pediu, sua voz carregando uma firmeza que Ellie reconhecia. Ele estava prestes a dizer algo importante.

Emily e Kim assentiram, chamando as crianças e afastando-se um pouco do grupo principal, mantendo-se à vista, mas longe o suficiente para não ouvirem o que seria discutido.

Assim que as mulheres e as crianças estavam ocupadas, Sam voltou-se para o grupo, sua expressão se tornando mais sombria.

— Encontramos vampiros mortos perto da reserva — ele começou, o silêncio ao redor da fogueira sendo instantâneo. — Eu conversei com Luke, e ele me disse que foi o pessoal dele que os matou.

Mia, que estava ao lado de Embry, ergueu o queixo e confirmou:

— É verdade. Nos últimos dias, os meninos na nossa parte da reserva começaram a se transformar novamente. Está acontecendo outra vez.

Leah bufou, cruzando os braços.

— De novo a história se repete — disse ela, com uma amargura perceptível em sua voz. — Nunca termina, não é?

Billy, que havia estado em silêncio até então, inclinou-se para frente, seu olhar grave.

— Isso não é bom — ele murmurou, sua voz carregando o peso da experiência. — Se os meninos estão se transformando, significa que os vampiros estão começando a voltar para a reserva.

Um murmúrio de preocupação passou pelo grupo, e Ellie sentiu uma onda de ansiedade. Eles haviam lutado tanto para alcançar a paz, e agora parecia que a ameaça estava retornando.

Ecos Da Lua - Paul Lahote (2° Parte)Onde histórias criam vida. Descubra agora