cap. 25

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Na sala da casa dos Cullen, o ambiente parecia suspenso entre a tensão das últimas horas e um desejo desesperado por normalidade. Ellie dormia profundamente no sofá, exausta, enquanto Kim estava sentada ao lado dela, observando-a com um olhar preocupado.

— Kim, você precisa descansar. — Jared disse suavemente, aproximando-se dela. Ele tocou de leve o ombro da namorada, mas ela balançou a cabeça em negativa.

— Não vou. — Kim respondeu firmemente, sem tirar os olhos de Ellie. — Ela precisa de alguém aqui com ela. É o único jeito que eu tenho de ajudar.

Embry e Quill se juntaram à conversa, ambos exibindo expressões de preocupação.

— Kim, sabemos que você quer ajudar, mas se acabar exausta, não vai conseguir fazer nada por ninguém. — Disse Embry, cruzando os braços.

— Isso mesmo. E você sabe como o Jared fica chato quando está preocupado. Por favor, poupe a gente disso. — Quill completou, tentando aliviar a seriedade da situação com um comentário brincalhão.

Kim soltou um suspiro frustrado, mas sua voz tremeu quando respondeu. — Vocês não entendem. Eu não posso simplesmente descansar. Toda vez que fecho os olhos, fico pensando que eu deveria estar fazendo alguma coisa. Qualquer coisa. — Ela olhou para cada um deles. — Eu não sou como vocês. Não sou uma lobo, não sou uma bruxa, não tenho nada de especial. Tudo o que posso fazer é estar aqui. E mesmo assim isso parece tão... inútil.

Embry e Quill trocaram um olhar preocupado, mas antes que pudessem responder, Jared sentou-se ao lado de Kim e a puxou para um abraço.

— Você é tudo, menos inútil. — Ele disse, com a voz firme. — Você é a força que mantém a gente de pé quando parece que tudo está desmoronando. E se isso significa que você quer ficar aqui, então eu vou ficar com você. Sempre.

Kim apertou os olhos, segurando as lágrimas que ameaçavam cair. Quill e Embry suspiraram quase ao mesmo tempo e sentaram-se no chão ao lado deles.

— Então, acho que agora somos todos inúteis juntos. — Embry brincou, encostando-se no sofá.

— Parece justo. — Quill disse, esticando as pernas e cruzando os braços atrás da cabeça. — Alguém traz um travesseiro pra gente?

Todos riram, aliviando momentaneamente a tensão na sala.

Perto dali, Deniel se aproximou de Sam, que estava em pé junto à janela, observando sua matilha com atenção.

— Sam, eu... eu nunca tive a oportunidade de agradecer por tudo o que você fez pelo Paul. — Deniel começou, hesitante.

Sam manteve os olhos fixos no grupo, mas sua expressão endureceu. — Não fiz mais do que a minha obrigação. Sabia o que ele estava passando. A primeira transformação é... uma tortura. A dor, a perda de controle, o medo de machucar quem você ama... — Ele respirou fundo, ainda sem olhar para Deniel. — Não ia deixar Paul passar por isso sozinho.

Deniel assentiu, visivelmente constrangido. — Eu me arrependo, Sam. Me arrependo de ter abandonado ele. Naquela época, eu era tão... egoísta.

Finalmente, Sam virou-se para ele, o olhar carregado de uma mistura de raiva e mágoa. — Você não tem ideia do que ele passou, Deniel. Paul perdeu tudo. A casa dele. A estabilidade dele. E depois, você. Ele não sabia o que estava acontecendo com o próprio corpo, não sabia como lidar com as mudanças. Ele pensou, por meses, que estava ficando louco. A voz de Sam ficou mais grave, cheia de emoção contida. — E sabe quem estava lá para ajudá-lo? Minha mãe. Se não fosse ela cuidando dele, e eu ensinando como sobreviver, Paul poderia ter morrido. E mesmo assim, ele nunca reclamou. Ele só... suportou.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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