Paul olhou ao redor, o peito ainda subindo e descendo com a adrenalina da batalha. Ele sentiu o braço de Ellie relaxar ao lado dele, mas ambos sabiam que essa calmaria era só temporária.
- Ok, alguém pode me dizer o que diabos foi isso? - Jared perguntou, ainda meio chocado, enquanto voltava à forma humana.
- Um lobo, mas... de dois metros de altura e andando em duas patas? - Quill comentou, claramente confuso. -
- E com olhos vermelhos. Não eram normais - Collin acrescentou, mesmo ainda tentando processar tudo. Apesar das tensões anteriores, até ele parecia mais focado agora.
Paul balançou a cabeça, claramente frustrado. - Isso tá muito errado. Nunca vi nada assim também, e não conseguimos nem machucá-lo de verdade. Aquele bicho era forte demais.
- E fugiu como se soubesse o que estava fazendo. Isso é o que me preocupa - Sam disse, sua expressão carregada. - Se está agindo assim, tem mais por trás dessa história.
Ellie sentiu a tensão crescente ao redor e puxou Paul um pouco para o lado. - Temos que proteger Aiyana, Paul.
- Eu sei - Paul disse, olhando para ela. - A gente vai cuidar dela. Mas tem outra coisa que preciso resolver... com a Talia. - Ele abaixou a voz, quase como se não quisesse que os outros ouvissem.
Antes que Ellie pudesse responder, Sam se aproximou, dando um passo decidido. - Vamos voltar, contar tudo para os outros. Marcus, vê se descobre mais alguma coisa. E todos fiquem alertas. Não sabemos quando essa coisa vai voltar.
Marcus assentiu, já se preparando para sair. - Deixe comigo.
Enquanto todos começavam a se dispersar, Collin se aproximou de Paul mais uma vez, a expressão séria. - Olha, Paul, sei que temos nossas diferenças, mas nessa, estamos juntos. Não vou deixar que algo assim ponha todos em risco. Só... vamos deixar nossas rixas de lado por enquanto, beleza?
Paul hesitou por um segundo antes de assentir. - Tudo bem. Desde que fique bem longe da Ellie.
Collin ergueu as mãos, como se se rendesse. - Só quero acabar com isso.
Ellie olhou de um para o outro e suspirou, puxando Paul de volta para o caminho. - Vamos. Hoje já teve problema demais para uma vida toda.
Enquanto eles se afastavam da clareira, Sam deu uma última olhada para a escuridão ao redor. A sensação de que algo muito maior estava por vir não o deixava em paz.
- Vamos manter a cabeça fria. - Sam disse para os poucos que ainda estavam por perto. - Isso foi só o começo.
Paul, Ellie e Aiyana voltaram para casa após um dia agitado. A pequena Aiyana estava animada, contando todas as suas aventuras com os primos e a avó.
— E então, mamãe, a vovó fez um bolo gigante para a gente! E eu consegui pegar um pedaço do tamanho da minha cabeça! — Aiyana dizia, rindo.
Paul e Ellie ouviam com um sorriso no rosto, o coração aquecido pelas histórias da filha. A noite estava começando a cair quando chegaram em casa. No entanto, ao se aproximarem, notaram um carro diferente estacionado em frente à casa
Paul estacionou o carro em frente à casa, seus olhos fixos no veículo desconhecido parado ali. A risada de Aiyana ecoava pelo carro enquanto ela terminava de contar, animada, as travessuras do dia com os primos e a avó. Paul, no entanto, estava distante, sua atenção completamente absorvida pela presença indesejada na varanda.
— Papai, você está me ouvindo? — A voz doce de Aiyana o trouxe de volta, e ele forçou um sorriso.
— Claro, estou sim, minha pequena — respondeu, mas o olhar dele já estava de novo na figura em pé na varanda.
Ellie notou a tensão crescente em Paul. Ele apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Sem hesitar, ela alcançou a mão dele, entrelaçando os dedos nos dele e sussurrando: — Vai ficar tudo bem, Paul.
Paul apenas assentiu, mas o peso da situação era evidente. Eles saíram do carro em silêncio. Ellie rapidamente pegou Aiyana no colo, que olhou curiosa para a mulher na varanda.
— Mamãe, quem é aquela mulher? — Aiyana perguntou, franzindo a testa. — Ela está aqui de novo?
— Ela quer falar com o papai, meu amor. Mas não se preocupe, vai ser rápido — Ellie respondeu, tentando manter o tom leve.
Enquanto Ellie se dirigia à porta, Talia se virou e falou com uma voz fria: — Não vai me apresentar à minha neta, Ellie? Eu quero conhecê-la.
Ellie ignorou o comentário e entrou em casa, fechando a porta suavemente atrás de si. Ao colocar Aiyana no sofá com um desenho na TV, ela espiou pela janela, a preocupação crescente.
Lá fora, Paul caminhou até Talia, seu olhar fixo e cheio de rancor. — O que você quer, Talia? — Ele foi direto ao ponto, sem esconder o desprezo.
Talia fez uma careta, fingindo ofensa. — É assim que você fala com a sua mãe? Onde está o respeito?
Paul respondeu com um tom gélido. — Eu não tenho mãe.
Talia estreitou os olhos, a amargura em sua voz era palpável. — Você sempre foi ingrato. Eu fiz o que pude para te criar, mas você... você preferiu jogar tudo fora e se casar com a filha da Allison.
— Você não fez nada por mim — Paul rebateu, a raiva começando a crescer. — Você me deixou sozinho quando eu mais precisava de você. Tudo o que eu sou, eu consegui sem você.
Talia o encarou, o desprezo em seu rosto ficando mais evidente. — Eu não tinha escolha, Paul. Eu não queria criar um monstro como você. E agora, você se casou com uma bruxa e teve uma filha que é igual a você... um monstro.
Paul sentiu o sangue ferver nas veias. Ele socou a lataria do carro com força, deixando um amassado visível. — Não ouse falar assim da minha filha ou da Ellie!
Talia deu um passo à frente, desafiadora. — Tudo sempre girou em torno da Allison! Ela destruiu a minha vida, a minha família! E você foi fraco o suficiente para se deixar levar por isso!
Paul, ainda tremendo de raiva, aproximou-se mais. — A única pessoa que destruiu sua família foi você, Talia. Você e o seu ódio, a sua incapacidade de amar. Você me deixou, e eu nunca precisei de você para ser o homem que sou hoje!
Talia lançou um olhar venenoso. — Você é igual ao seu pai. E sabe o que vai acontecer? Ellie vai te deixar, Você vai acabar sozinho, Paul. Sozinho e...
De repente, Talia começou a engasgar, sua mão instintivamente subindo até a garganta. Os olhos dela se arregalaram de medo e confusão. Ellie apareceu na varanda, seus olhos brilhando em um tom azul cintilante, uma aura de poder emanando ao seu redor.
— Nunca mais ouse falar assim do Paul ou da minha filha — Ellie disse em um tom baixo, mas firme, cada palavra carregada de um poder invisível. — Ele é tudo para mim, para nós. E se você acha que vai aparecer aqui e tratá-lo desse jeito, você está muito enganada, Talia.
Talia tentou recuar, mas a força invisível que Ellie exercia a mantinha no lugar, cada insulto que tentava proferir morria em sua garganta. Ellie desceu os degraus da varanda, seu olhar fixo e implacável.
— Paul é um homem incrível, um pai amoroso, e nada do que você diga vai mudar isso. Ele é muito mais do que você jamais será. E se você acha que eu vou deixar você envenenar a nossa vida com o seu ódio, pense de novo. Você já causou dano demais.
Talia finalmente conseguiu respirar, mas ainda estava assustada. Ela lançou um último olhar de desprezo para Paul e Ellie antes de se virar e sair apressada, sem mais palavras.
Ellie respirou fundo, sentindo a raiva ainda queimando, mas controlada. Ela olhou para Paul, que a encarava, os olhos dele cheios de uma mistura de admiração e surpresa. Ele se aproximou dela, pegando-a pelos ombros e puxando-a para um abraço apertado.
— Eu te amo, Ellie. Nunca duvide disso.
— E eu te amo, Paul. Para sempre — ela respondeu, apoiando a cabeça no peito dele, sentindo o coração dele bater forte. — Vamos entrar, Paul. Aiyana precisa de nós.
Paul olhou para Talia uma última vez enquanto ela entrava em seu carro, os olhos ainda brilhando de raiva, mas a presença de Ellie ao seu lado era suficiente para mantê-lo no controle.
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Ecos Da Lua - Paul Lahote (2° Parte)
Fanfiction✨SEGUNDA PARTE DE CORAÇÕES SOB A LUA✨ Após anos de desafios e superações, Ellie e Paul finalmente encontraram a tranquilidade que sempre desejaram, dedicando-se ao prazer de ver sua filha, Aiyana, crescer. Aiyana, uma menina adorável com uma persona...