Ecos Da Lua - Paul Lahote (2° Parte)

cap 13

Paul e Charlie se dirigiram para a pequena sala de investigações da delegacia, longe dos olhos curiosos dos outros policiais. Charlie sabia que a verdade sobre o que havia atacado a delegacia e matado seus homens não poderia ser compartilhada com todos. A maioria dos oficiais não sabia da existência de lobos gigantes ou vampiros, e a revelação de tal realidade poderia causar pânico generalizado. Era uma situação delicada que exigia cautela.

Assim que entraram, Charlie fechou a porta, garantindo que ninguém os ouvisse. As paredes da sala estavam cobertas por mapas, registros e relatórios. Charlie colocou as fotos do ataque sobre a mesa, Paul sentiu o peso novamente em seu peito ao ver aquelas fotos.

— Vamos precisar ser cuidadosos — Charlie começou, sua voz baixa e tensa. — Ninguém mais pode saber a verdade sobre o que aconteceu aqui. Para eles, é só mais um ataque brutal.

Paul concordou, cruzando os braços enquanto observava as fotos. Ele tentava focar, mas as vozes de seus colegas, que ainda estavam na sala ao lado, ecoavam em sua mente.

— Eu sei. Não podemos deixar que isso vaze. Mas como vamos esconder algo assim? — Paul perguntou, passando a mão pelo cabelo, claramente exausto.

Charlie pegou um arquivo sobre os ataques e o abriu em cima da mesa.

— Vamos tratar isso como se fosse um animal selvagem — ele disse, apontando para as marcas profundas nas fotos das vítimas. — As feridas são grandes o suficiente para justificar isso, e a floresta está cheia de predadores. Podemos usar isso como desculpa enquanto investigamos o que realmente está acontecendo.

Paul se inclinou mais para observar as fotos. As marcas das garras nas vítimas eram profundas, irregulares, e havia pedaços de carne arrancados. Mesmo para um lobo comum, aquilo seria extremo. Não havia dúvida de que o ataque foi feito por algo muito maior e mais selvagem.

— Podemos dizer por enquanto que foram lobos. — Paul murmurou, com os olhos fixos nas imagens. — Olha para isso Charlie,sso aqui foi feito com raiva, quase como se... estivesse se divertindo com o que fazia.

Charlie franziu a testa, absorvendo o que Paul dizia. Ele já tinha visto a violência dos lobos de La Push, mas isso era diferente. Mais caótico, menos controlado.

— Essa coisa é inteligente? — Charlie perguntou, olhando para Paul.

— Inteligente o suficiente para nos caçar e se esconder. — Paul assentiu. — E provavelmente está ficando mais ousada. Atacou a delegacia... pode ser um recado.

Charlie suspirou, esfregando o rosto. A pressão sobre ele era gigantesca.

— Precisamos de um plano — Charlie começou. — Vamos investigar a cena do crime como se fosse um ataque de animal selvagem, mas vou precisar de você para examinar com mais profundidade. Me diga o que os seus sentidos de lobo podem captar, algo que nós, humanos, não podemos ver.

Paul assentiu e se aproximou das evidências espalhadas pela mesa. Ele pegou uma das fotos e franziu o cenho. Seu faro de lobo poderia captar traços que os humanos jamais conseguiriam perceber.

— Posso ir até a cena do ataque de novo. Talvez possamos encontrar... rastros, cheiros. Mas vou precisar de mais ajuda. Não sei se vou conseguir identificar tudo sozinho.

— Vamos lá, então — Charlie respondeu, determinado. — A delegacia está vazia agora. Podemos investigar a área antes que os outros oficiais comecem a suspeitar de algo.

Eles saíram da sala rapidamente, e Paul pôde sentir a tensão aumentar conforme se aproximavam da área onde o ataque havia ocorrido.

O local, que na noite anterior havia sido um campo de destruição e horror, agora estava calmo, mas as marcas do massacre ainda eram visíveis. O cheiro de sangue persistia no ar, misturado ao perfume metálico da morte. Fragmentos de vidro quebrado refletiam a luz do sol, e manchas escuras no chão revelavam onde os corpos dos policiais haviam sido encontrados.