amigas

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pov: marilia.

maraisa não é tão fácil de lidar como eu pensei ser, mas eu conseguia gostar dela mesmo assim. não sei se depois que ela estiver com a vida dela estabilizada novamente vai querer ter contato comigo, isso é uma dúvida que eu só vou tirar se ir perguntar para ela, mas ela quase nunca me dá abertura para conversas mais longas.

descendo as escadas encontrei ela na sala mexendo em alguns papéis, me aproximei dela.

— posso me sentar? — perguntei apontando para seu lado.

— pode. — foi um pouco para o lado. — essa é sua casa, marilia. — deu uma risadinha. 

— sim, mas não quero atrapalhar.

ela me olhou desconfiada me fazendo encará-la também. 

— tem alguma coisa estranha. — falou ainda me encarando.

— estranha? — olhei confusa para ela.

— você. — deu de ombros se arrumando para se sentar de frente para mim.

— maraisa, quando você estiver bem novamente, não vai mais manter contato comigo, né? — falei rápido, de uma só vez.

— você me quer na sua vida? — me perguntou.

— sim. — fui curta, mas sincera.

— então eu te quero na minha. — sorriu. — podemos ser amigas, um jeito louco de começar amizade. — riu.

amigas? sério isso?

— amigas?

— ué... achei que...

— não. só pra confirmar.  — me levantei e saí dali sem esperar mais nada.

amigas? eu não queria só a amizade dela, eu quero mais doque isso. parece que ela nem lembra que já nos beijamos.

— que cara é essa? — maiara perguntou quando entrou na cozinha.

— não é nada. — levei o copo com água até meus lábios.

— se o nada se chamar maraisa... — disse baixo.

— ela não fez nada, estamos até amigas agora. — dei um sorriso forçado.

maiara deu risada, me olhou e deu risada denovo.

— entendi. — falou negando com a cabeça. — que essa amizade dure, né?

— é, maiara. — me levantei já nervosa. — que dure bastante.

sai da cozinha e olhei pela sala, mas maraisa não estava mais ali.

fui para o meu quarto e liguei para o meu pai, perguntando do resto do povo da família, não que eu me importasse, até porque só ligo para mim.

pedi que deixassem a minha comida no quarto e assim foi feito, desci umas 22h apenas para fazer uma ligação.

maraisa, matheus e maiara estavam na sala conversando sobre sei lá o que.

— marilia. — matheus me chamou.

apenas olhei para ele, esperando que continuasse.

— amanhã é seu aniversário, vai comemorar como todos os anos? — me olhou com malícia.

nem lembrava que era meu aniversário, sempre foi uma data que comemorei de um jeito que nem quero comentar.

— nem lembrava, vou fazer qualquer coisa sei lá. — respondi dando de ombros.

— tá desanimada assim por que? — matheus perguntou.

apenas ignorei a pergunta indo para o escritório. voltei para o quarto e não tinha mais ninguém na sala.

— entra. — falei depois de escutar batidas na porta.

maraisa entrou pela porta e se sentou na minha cama, onde eu estava deitada.

— tudo bem? — perguntou me fazendo olhar confusa para ela. — não quer comemorar nem seu aniversário, matheus falou que você sempre aproveitou muito ele.

— é, só estou muito ocupada.

— para, vamos fazer alguma coisa, pelo menos a gente. — sorriu para mim.

— fazer oque? — perguntei já mais animada.

— uma festa e você chama algumas pessoas que gosta. então? — maraisa deu a ideia.

meu sorriso sumiu. achei que a gente seria apenas eu e ela, não outras pessoas.

— pode ser, amanhã eu vejo isso.

— então boa noite. — se aproximou e beijou minha bochecha.

ela é bem gay quando quer, mas eu gosto. se fosse qualquer outra pessoa eu com certeza iria estranhar, mas com ela eu gosto.

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só vou postar dnv SE VOCÊS COMENTAREM ( considere isso uma ameaça )

um sequestro - malilaOnde histórias criam vida. Descubra agora