𝕀𝕟 𝕥𝕙𝕖 𝕋𝕣𝕒𝕚𝕝 𝕠𝕗 𝕥𝕙𝕖 𝕊𝕥𝕒𝕣𝕤

𝒯𝒽𝑒𝒾𝓇 𝓎𝑜𝓊𝓉𝒽 𝒽𝒶𝓈 𝓃𝑜𝓉 𝓎𝑒𝓉 𝒷𝑒𝑒𝓃 𝒸𝑜𝓇𝓇𝓊𝓅𝓉𝑒𝒹

A casa no Largo Grimmauld estava estranhamente silenciosa naquela tarde. Todos haviam saído para tratar de assuntos da Ordem, e apenas Sirius e Astraea permaneciam ali. Ela estava na sala, perdida em seus pensamentos, enquanto folheava distraidamente um livro antigo que havia encontrado em uma das estantes.

Sirius entrou na sala, fechando a porta suavemente atrás de si. Ele parecia mais sério do que o habitual. Ele se aproximou devagar, mas não se sentou. Em vez disso, permaneceu em pé, observando a filha por alguns momentos antes de finalmente falar.

-Astraea, precisamos conversar - ele começou, a voz grave.

Ela levantou os olhos para ele, notando imediatamente a seriedade em sua expressão.

- Sobre o quê? - perguntou, tentando parecer despreocupada, mas já sentindo o peso da conversa que estava por vir.

Sirius respirou fundo, as mãos se fechando em punhos ao lado do corpo.

- Sobre os seus poderes.

Astraea congelou, os dedos parando de folhear o livro. Ela sabia que esse momento eventualmente chegaria, mas esperava que pudesse adiá-lo por mais tempo.

-Eu... Não sei o que você ouviu, mas...

-Snape nos contou - Sirius a interrompeu, sua voz um pouco mais dura do que ele pretendia - Ele disse à Ordem que você tem habilidades que controlam a mente das pessoas. Que você foi procurar ajuda com Dumbledore.

-Eu... Eu só não sabia como te contar - ela começou, a voz baixa e hesitante - Eu descobri esses poderes de forma inesperada, e desde então, tudo tem sido confuso. Eu pensei que, se mantivesse isso em segredo, estaria protegendo todo mundo.

-Protegendo a gente de quê? - ele perguntou, a voz um pouco mais suave. - Astraea, você não pode lidar com isso sozinha. Nós somos uma família. Eu sou o seu pai. Não precisa esconder isso de mim.

-Eu não queria que vissem isso como uma fraqueza minha, ou que achasse que eu estava me tornando perigosa. Esses poderes... São algo que parece vir de dentro, algo que nem sempre consigo controlar. Eu tive medo de perder o controle e machucar alguém.

-Você nunca seria perigosa, Astraea - Sirius comentou, sentando-se em uma poltrona em frente a ela - Você fica triste quando plantinhas morrem e fica extremamente feliz em ganhar absolutamente qualquer coisa. Como você sequer pensa que pode ser perigosa?

-Me senti bem infantil agora - ela resmungou, cruzando os braços.

-É a personalidade da sua mãe - Sirius comentou com um sorriso melancólico - Mesmo que a vertente da suas explosões de raiva seja por minha culpa - ele acrescentou e Astraea sorriu levemente.

-Ele está atrás de mim, não é? - ela perguntou, e Sirius suspirou, sabendo a quem ela estava se referindo.

-Está - ele respondeu e Astraea suspirou audivelmente.