𝒯𝑜𝑜 𝓎𝑜𝓊𝓃𝑔?

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A caminhada até a antiga casa em Godric's Hollow foi silenciosa

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A caminhada até a antiga casa em Godric's Hollow foi silenciosa. Sirius e Astraea pararam em frente à fachada da casa, agora desgastada pelo tempo, mas claramente preservada por algum encanto. A casa que outrora fora lar agora parecia uma cápsula de memórias adormecidas, esperando para serem despertadas. Astraea respirou fundo antes de dar o primeiro passo para dentro, sentindo o peso de cada memória que ela nunca teve, mas que, de alguma forma, a conectavam àquele lugar.

Eles empurraram a porta com um rangido baixo. O interior estava escuro, iluminado apenas pela luz suave que entrava pelas janelas cobertas de poeira. Os móveis, todos cobertos por lençóis brancos, davam à casa uma aparência fantasmagórica, como se o tempo tivesse parado ali. Astraea percorreu o olhar pelo corredor, tentando imaginar como seria aquele lugar quando ainda era habitado, quando vozes e risadas ecoavam pelos cômodos. Havia algo de melancólico e, ao mesmo tempo, reconfortante naquela casa que uma vez fora dela.

Sirius permaneceu em silêncio, observando a filha com olhos cuidadosos e cheios de uma tristeza velada. Ele sabia que aquele momento era importante para ela, que, de alguma forma, ela estava tentando se reconectar com uma parte de sua história que lhe fora roubada. Astraea não disse nada; ela simplesmente começou a andar em direção às escadas, como se soubesse instintivamente para onde deveria ir. Cada degrau rangia sob seus pés, amplificando o silêncio quase opressor que preenchia a casa.

Ao chegar ao segundo andar, Astraea se deparou com um corredor curto. Suas mãos deslizaram levemente pelas paredes, seguindo um caminho que, de alguma forma, parecia familiar. Seus olhos se fixaram em uma porta entreaberta no final do corredor. Ela sentiu um aperto no peito enquanto se aproximava. Quando finalmente empurrou a porta, seu coração acelerou.

O quarto era pequeno, decorado com tons suaves de lilás e branco, com um berço encostado na parede oposta à janela. Os móveis, assim como no andar de baixo, estavam cobertos por lençóis, mas o espaço ainda carregava uma aura acolhedora e doce. Astraea deu alguns passos hesitantes para dentro, como se cada movimento fosse sagrado, uma invasão em um passado distante. Seus olhos percorreram cada canto do quarto até que algo no berço chamou sua atenção.

Um pequeno cachorrinho de pelúcia preto, antigo, mas ainda macio, estava deitado sobre o colchão. Ela se aproximou devagar e estendeu a mão, pegando o brinquedo com cuidado, como se temesse que ele pudesse se desfazer ao toque. Apertando-o contra o peito, ela sentiu um calor familiar percorrer seu corpo, uma sensação de conforto e segurança que ela não esperava encontrar naquele lugar. O cheiro leve de algo velho e guardado subiu de suas mãos, misturado com uma vaga lembrança que não conseguia identificar, mas que a fazia sentir-se próxima de algo que ela nunca realmente conheceu.

Sirius apareceu na porta do quarto pouco depois, seus passos silenciosos. Ele a observou por um momento, o coração apertado ao vê-la ali, segurando aquele pequeno pedaço do passado. Havia tanto que ele queria dizer, mas as palavras pareciam não se formar. Ele finalmente se aproximou, parando ao lado dela, seus olhos pousando no cachorrinho que ela apertava contra o peito.

𝕀𝕟 𝕥𝕙𝕖 𝕋𝕣𝕒𝕚𝕝 𝕠𝕗 𝕥𝕙𝕖 𝕊𝕥𝕒𝕣𝕤Onde histórias criam vida. Descubra agora