Astraea estava encolhida no sofá, um olhar abatido em seu rosto enquanto segurava entre as mãos o vaso de uma pequena planta. A plantinha, chamada Erwina, estava visivelmente murcha, com as folhas caídas e sem vida. Ao lado dela, Brianna estava sentada com uma expressão de arrependimento claro, mordendo o lábio e evitando olhar diretamente para Astraea.
-Eu sinto muito mesmo, As - disse Brianna pela enésima vez, sua voz carregada de culpa - Eu só queria dar água para ela... não sabia que tinha exagerado.
-Ela só precisava de um pouco, Brie - murmurou Astraea - Eu estava cuidando dela há meses... Ela estava começando a florescer.
Brianna abaixou a cabeça, envergonhada, enquanto Lysander se aproximava e se sentava ao lado de Astraea, colocando um braço ao redor de seus ombros de maneira reconfortante.
-Vai ficar tudo bem - disse ele em um tom suave - Podemos plantar outra, se você quiser. Tenho certeza de que Erwina gostaria disso.
-Eu só queria que ela tivesse a chance de crescer mais - sussurrou Astraea - Mas tudo bem. Foi um acidente, Brie. Eu sei que você não fez por mal.
-Quer fazer um velório pra planta? - Dante perguntou e Sam deu um tapa na sua cabeça - O que foi!? - reclamou - Eu falei sério! - se defendeu.
-Sabe como você pode se vingar? - Sam perguntou - Em uma nova aula de voo.
-Você nem vem! - Brianna disse, apontando para Astraea - Eu não subo mais em nenhuma vassoura - a ruiva riu.
-Eu nunca entendi como você consegue ser tão ruim voando - Astraea comentou.
-Eu sou boa em várias coisas, e voar não é uma delas.
-E nem cuidar de plantas - Sam acrescentou e Brianna lhe bateu com uma almofada.
[...]
Sem nada para fazer à tarde, Astraea acabou adormecendo enquanto lia um livro. Aos poucos, sua mente se esvaiu para o reino dos sonhos, onde as linhas entre o real e o imaginário começavam a se desfazer.
Nesse sonho, ela se viu em uma campina iluminada por uma suave luz dourada, como a do pôr do sol. À sua frente, surgiu uma mulher de cabelos ruivos, ondulados e brilhantes, caindo em cascata sobre os ombros. O mais estranho era que a mulher era quase idêntica a Astraea, como se fosse uma versão mais madura dela, exceto pelos olhos – os da mulher eram verdes intensos, diferentes dos olhos cinzentos de Astraea.
Nos braços daquela mulher, havia uma bebê, uma menininha com cabelos avermelhados e uma expressão serena, como se estivesse em paz. A visão daquela criança causou um nó na garganta de Astraea, um sentimento de familiaridade inexplicável. A mulher olhava para a bebê com ternura infinita, um amor tão profundo que quase transbordava da imagem. Astraea sentia-se atraída pela cena, um misto de curiosidade e uma saudade que ela não conseguia compreender.
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𝕀𝕟 𝕥𝕙𝕖 𝕋𝕣𝕒𝕚𝕝 𝕠𝕗 𝕥𝕙𝕖 𝕊𝕥𝕒𝕣𝕤
FantasyAos 18 anos, Astraea LeBlanc é um prodígio da magia que se destaca como professora de Defesa Contra Artes das Trevas na renomada escola de magia CasteloBruxo, no Brasil. Formada aos 15 anos através do prestigiado programa de prodígios da escola Ilve...