A brisa suave do final da tarde adentrava pela janela aberta, agitando levemente as cortinas amarelas com detalhes prateados. Sirius Black estava deitado no chão da sala de estar, com a cabeça apoiada em um dos braços enquanto observava a cena à sua frente com um sorriso sereno. Sua esposa, Victoria, corria pelo tapete macio, fingindo ser uma criatura mágica enquanto sua filha, Astraea, ria alto e tentava alcançá-la com seus pequenos braços.
Ela era uma criança adorável, com cabelos vermelhos como a mãe e olhos cinzentos como os do pai. Seus olhos curiosos seguiam cada movimento de Victoria, e o som da risada infantil enchia o ar com uma doçura indescritível.
Victoria era a personificação da ternura e alegria, características que Sirius jamais imaginara admirar tanto em alguém. Ela tinha a leveza típica dos Lufanos, uma suavidade que o completava de formas que ele nunca soubera precisar. Ver Victoria brincar com Astraea, fazendo cócegas e fingindo tropeçar, aquecia o coração de Sirius de um jeito que ele jamais sonhara ser possível.
Ele nunca se imaginara casado, muito menos com uma filha. Sirius sempre fora o rebelde, o solitário, o forasteiro nos círculos em que crescera. O amor, especialmente um tão simples e genuíno, parecia algo distante, reservado para outras pessoas, mas não para ele. Contudo, ali estava ele, com uma família. Uma risada suave escapou de seus lábios ao ver Astraea tropeçar em seus próprios pés e cair no tapete, apenas para ser imediatamente erguida por Victoria, que a girou no ar, arrancando mais risadas da criança.
Enquanto Astraea corria para os braços do pai, Sirius a recebeu com um abraço apertado, seu peito se enchendo de uma felicidade tranquila. Ele fechou os olhos por um breve momento, sentindo a filha se aconchegar contra ele. Victoria se juntou a eles, deitando-se ao lado de Sirius e encostando a cabeça no peito dele. O perfume leve de flores silvestres que sempre acompanhava Victoria o envolveu, trazendo-lhe uma sensação de paz.
Sirius acariciou o cabelo da esposa, seus dedos se entrelaçando nas mechas avermelhadas. Ele sabia que o mundo lá fora continuava complicado, sombrio até, mas naquele momento, debaixo das estrelas que começavam a despontar, ele estava exatamente onde precisava estar.
Enquanto observava Astraea esfregar os olhos de sono, Sirius sentiu uma onda de gratidão atravessá-lo. Ele não sabia o que o futuro reservava — a vida raramente fora previsível para ele. Mas, por agora, ele se permitiu saborear a simples verdade: ele, Sirius Black, o eterno rebelde e desajustado, finalmente encontrara seu lugar no mundo. E estava bem ali, com sua estrela e sua lua, iluminando a noite ao seu lado.
[...]
Victoria observava a filha dormir no berço. Astraea, com seus cachos avermelhados espalhados pelo travesseiro, parecia uma pequena constelação de paz em meio ao caos que o mundo estava se tornando. Victoria forçou um sorriso ao pensar que, mesmo em tempos de guerra, havia momentos como esse — momentos em que o amor conseguia eclipsar a escuridão. Ela suspirou e fechou a porta do quarto com cuidado, mas não sem antes murmurar um feitiço de proteção ao redor da pequena.
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𝕀𝕟 𝕥𝕙𝕖 𝕋𝕣𝕒𝕚𝕝 𝕠𝕗 𝕥𝕙𝕖 𝕊𝕥𝕒𝕣𝕤
FantasiaAos 18 anos, Astraea LeBlanc é um prodígio da magia que se destaca como professora de Defesa Contra Artes das Trevas na renomada escola de magia CasteloBruxo, no Brasil. Formada aos 15 anos através do prestigiado programa de prodígios da escola Ilve...