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Vegas estava do outro lado da sala, sentado no sofá, lendo o script e parecendo focado. Mordi o lábio inferior, observando como seus cabelos caíam sobre o rosto, mesmo ele os afastando de vez em quando.

Tomei coragem e levantei, sentando ao seu lado. Vegas levantou a cabeça, encarando-me com uma sobrancelha arqueada.

- Oi, Vegas... - Abri um sorriso, sem graça. - Eu percebi que nem nos falamos muito.

- É, mas acho que prefiro assim. - Ele respondeu, seco e curto.

Encolhi-me com sua resposta e tom.

- E-eu achei que se ficássemos mais próximos, ajudaria mais nas cenas... - Murmurei, me encolhendo ainda mais com o olhar frio de Vegas. - Eu sinto como se você não gostasse de mim...

- Eu não tenho nada contra você, Pete. - Ele disse, cruzando os braços. - Apenas prefiro manter a distância. Não quero que aconteça a mesma coisa que aconteceu com o meu antigo parceiro. Eu realmente não quero que nada se repita.

- Eu só quero que sejamos amigos.

- Esse lance de amizade nunca funciona, Pete. Eu peço que respeite o meu espaço.

- Mas... - Comecei, sem saber o que dizer.

Vegas suspirou, voltando a olhar para o script.

- Olha, Pete, eu já passei por muita coisa e prefiro não me envolver mais do que o necessário. O que fazemos aqui é só trabalho, não precisa ser mais do que isso.

Eu me levantei, sentindo a decepção me consumir.

- Entendo... - murmurei, tentando esconder a frustração. - Vou respeitar o seu espaço.

Vegas não respondeu, e eu comecei a me afastar. Na verdade, eu só queria que as coisas fossem diferentes. Mas se ele não queria se aproximar, eu teria que aceitar. Saí da sala, me sentindo um pouco perdido.

Me encostei na parede do corredor, tentando controlar a respiração. Eu me sentia tão triste e confuso. Olhei para o lado e vi Kinn se aproximando de Vegas. Eles começaram a conversar e a rir, parecendo se divertir muito. A cena me fez sentir um peso ainda maior no peito.

Eu me perguntei por que, diabos, Vegas não permitia que eu me aproximasse dele além do profissional. Será que eu era apenas mais um colega para ele, ou havia algo mais profundo que eu não conseguia entender? O olhar frio e a distância que ele mantinha eram desconcertantes. Eu só queria que as coisas fossem mais fáceis entre nós.

Enquanto Kinn e Vegas continuavam a conversa animada, eu me afastei, sentindo um vazio crescer dentro de mim. Se Vegas não queria abrir espaço para mim, o que eu poderia fazer além de aceitar e seguir em frente? Mas a tristeza e a frustração eram difíceis de ignorar.

Voltei para o meu camarim, tentando me concentrar no trabalho e esquecer a sensação de rejeição que me atormentava.

Vegas e eu fomos chamados para gravar mais uma cena quente. O diretor entrou na sala e com um tom profissional, pediu que tirássemos a roupa.

Vegas começou a se despir tranquilamente, e eu não pude evitar olhar diretamente para ele. Quando seus olhos se encontraram com os meus, senti minhas bochechas queimarem. Era impossível não perceber o corpo bem definido e o membro de Vegas. Meus olhos ficaram fixos ali, e eu senti um calor se espalhar pelo meu rosto.

Tentei me controlar, mas a vontade de sair correndo dali era grande. No entanto, eu sabia que precisava continuar. Respirei fundo e comecei a me despir também. A ideia de tocar em Vegas, de sentir sua pele contra a minha, era ao mesmo tempo aterrorizante e intrigante. O medo de errar na cena era tão forte quanto a atração que eu sentia.

BlackBlue - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora