ʀᴇꜱᴘᴇɪᴛᴇ ᴏꜱ ᴍᴏʀᴛᴏꜱ

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Emma's POV


Os dias foram passando e Regina, a morta-viva, não saia da minha casa. Sentia falta de quando ela sumiu, me arrependo do dia em que a invoquei. Ela me segue o dia todo e por todos os cômodos. Eu tive que começar a tomar banho de calcinha e sutiã; nem fazer xixi eu posso fazer em paz. Quando estou assistindo televisão, ela começa a cantar e, no fim, eu acabo desistindo de ver qualquer coisa. Quando eu abro a geladeira, ela está lá dentro pra contar quantas latas de cerveja eu peguei. Nem preciso mais de um despertador, já que de manhã ela grita sem parar. Eu já estava enlouquecendo, então decidi fazer a coisa mais sensata pra levar esse espírito de volta pra luz. Chamei um padre para benzer meu apartamento e ela debochou do pobre homem. Chamei um monge para recitar o mantra e trazer paz e sossego para o meu lar, mas ela continuava aqui. Tive que apelar para um grupo de adolescentes que se diziam caçadores de fantasmas. Não me julguem, eu tinha que tentar de tudo e, no fim, eu acabei virando uma grande piada para ela. Depois da minha sala ser inundada por água benta, incensos e o detector de fumaça ser ativado, eu desisti de procurar ajuda por meios alternativos e decidi implorar ajuda para a dona da loja Witchers. Ela chegou na minha casa, se esparramou no sofá e ficou me encarando com cara de idiota.

— E aí, só vai ficar sentada? — Falei de pé na frente dela.

— Ué, e o que você quer? Sinos e apitos para chamar o espírito? Eu estou esperando ela fazer contato. — Regina riu e sentou na mesinha de centro de frente para ela.

— Ela também não consegue me ver, por alguma razão medonha só você consegue me ver.

— Espera. Tem mais alguém aqui, estou sentindo uma presença. — Ela falou sem piscar.

— Nossa, que original, fala mais? — Regina falou com desdém.

— Que hostilidade. — Nos olhamos e voltamos a olhar pra ela.

— Ela te quer fora daqui.

— Olha, até que ela não é ruim. — Regina falou divertida.

— Tem que ir embora, querida. — Ela falou pra mim.

— Eu é que tenho que ir? — Perguntei irritada.

— Eu gostei dela. — Regina falou animada, indo se sentar ao lado da mulher.

— Eu não vou me mudar.

— Você não está sentindo? Tem uma espécie de raio de ódio que emana loucura indo direto pro seu corpo.

— Essa garota tem o dom. — A latina falou encantada com o palhaço sentado no meu sofá.

— Eu já disse que não vou me mudar. — Falei alto.

— Por que não? O apartamento nem é dos melhores. — Falou a moça olhando em volta.

— O que? — Regina perguntou indignada.

— A vista é linda. — E tem uma lareira. — Completei e nos olhamos sem graça, pela primeira vez eu e a latina concordamos com alguma coisa.

— Não tem nada pra beber? De preferência diet, tem uns pneuzinhos que eu não consigo me livrar.

— Vem comigo. — Fomos pra cozinha e eu entreguei uma cerveja para ela. — Só tenho esse tipo de bebida em casa. — A latina não nos acompanhou. Eu já estava louca querendo fazer perguntas, mas ela decidiu virar a lata de uma vez na boca. A porcaria do líquido não acabava nunca.

— Eu não tô pensando em me mudar. Você pode falar pra ela seguir em frente?

— Você pode falar pra ela seguir em frente. — A latina me imitou, aparecendo do meu lado e me assustando.

𝐣𝐮𝐬𝐭 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐯𝐞𝐧 • swanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora