ᴘʀᴏᴍᴇᴛᴇ?

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Emma's POV


Depois de ter deixado Regina no hospital, voltei pra casa correndo, com certeza levaria alguma multa por excesso de velocidade. Sem paciência para esperar o elevador, subi as escadas o mais rápido que pude, cheguei no meu andar e tive dificuldade pra abrir a porta do meu apartamento, meu pulmão estava quase saltando pela minha boca, minha respiração ofegante, minhas pernas bambas e meu coração dava claros sinais que iria parar a qualquer momento. Tais fatos denunciavam o sedentarismo que era minha vida.

— Gina? Regina? — Gritei procurando por algum sinal da latina. — Você está em casa? — Uma tristeza apertou meu coração por não encontrar Regina. — Acho que não. — Me arrastei até a cozinha e peguei um pacote tamanho família de batata frita, estava prestes a abrir, mas coloquei de novo em cima da mesa, dei uma olhada na geladeira e, como sempre, só havia bebidas e porcarias. Peguei dois ovos, que provavelmente eram a coisa mais saudável que eu tinha em casa. Hoje eu preferi abrir mão da cerveja e do whisky, e peguei um copo de água, desde que me mudei pra casa de Regina, essa é a primeira vez que sento na mesa pra comer. Encarei o copo em cima da mesa e dei um sorriso triste, me levantei e peguei um descansa copos, não quero que a mesa fique manchada. Me ajeitei na cadeira e degustei meu jantar. Até que os ovos tinham ficado bons.

Antes que eu pudesse terminar de comer, a campainha tocou e nem me dei ao trabalho de olhar pelo olho mágico pra ver quem era. Abri a porta e me deparei com Jasmine mascando chiclete de forma debochada e enrolando uma mecha do cabelo com o indicador.

— Eu sei que já é tarde, mas eu fiquei trancada para o lado de fora do meu apartamento. — Dei um sorriso fraco e estendi a mão em direção ao sofá, autorizando sua entrada. Peguei o telefone e as duas listas telefônicas na cozinha e dei para a minha vizinha, fazia mais de meia hora que ela andava de lá pra cá discando no telefone, mas não falava com ninguém. — Você não acha que a localização do nosso prédio torna Miami um lugar bom de se viver? — Falou sentando no sofá e tirando os sapatos. — Você é daqui? — Perguntou tirando a blusa de lã vermelha.

— Na... Não... Quer dizer... Mais ou menos — Falei negando com a cabeça. — Ela se levantou e veio caminhando em minha direção, engoli seco ao perceber que, mesmo por cima da sua regata rosa, dava pra ver que estava sem sutiã. — O chaveiro sabe que tem que vir aqui?

— Acho que sim. — Respondeu sem interesse — Onde é o banheiro? — Apontei pro corredor.

— Ali na última porta. — Ela passou por mim rebolando e abrindo a calça, não pude evitar olhar pra ela dos pés à cabeça. Passei as mãos no rosto e neguei com a cabeça.

Olhei novamente em direção ao corredor e meu sorriso quase não cabia no rosto. — Regina, você voltou? — Ela fez cara de tédio.

— Sim, sou eu. — Falou como se fosse óbvio.

— Eu pensei que não fosse voltar, achei que iria ficar com o seu corpo no hospital. — Falei animada até demais.

— Você não vai acreditar, estão tentando fazer minha mãe assinar documentos autorizando que os aparelhos sejam desligados. — Suspirou.

— O que? Não! Eles não pudem fazer isso. — Falei indignada.

— Foi o que eu falei, mas eles não podem me ouvir, por isso eu precisava falar com você.

— Emma... — Eu e Regina olhamos pro final do corredor, de onde vinha a voz.

— Só um minuto. — Falei sem graça.

— Nossa, não perdeu tempo. — A morena falou parecendo estar magoada.

— Não! Não! Ela é quem foi entrando aqui em casa, ela ficou trancada para fora do apartamento. — Tentei explicar o mais rápido que pude.

𝐣𝐮𝐬𝐭 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐯𝐞𝐧 • swanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora