Capítulo 5

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Noite de Máscaras

Maya

A música pulsava através do chão, ressoando em meu peito como um segundo coração. Cada batida, cada nota, me envolvia em uma espécie de nevoeiro hipnótico, afastando os pensamentos sombrios que haviam me atormentado nos últimos dias. Eu precisava disso — precisava de um momento para respirar, para me esquecer das mensagens enigmáticas e das sombras que pareciam me seguir onde quer que eu fosse.

A festa estava em pleno andamento, com luzes de néon iluminando os rostos e corpos suados que se moviam ao ritmo da música. A casa, uma mansão de estilo vitoriano adaptada para eventos, era o cenário perfeito para a ocasião. As máscaras que todos usavam adicionavam uma camada extra de mistério à noite. Eu não conhecia bem os anfitriões, mas isso pouco importava. O que eu queria era me perder entre as pessoas, me misturar na multidão e deixar que a energia do lugar me envolvesse.

De certa forma, a máscara me dava uma sensação de segurança. Era um disfarce que me permitia ser qualquer pessoa por uma noite — alguém que não estava sendo perseguida por mensagens sinistras, alguém que não tinha que se preocupar com um número desconhecido. Eu poderia ser apenas uma garota comum, curtindo uma festa com desconhecidos.

Peguei um copo de uma bandeja que passava e tomei um gole. O gosto doce e forte do álcool queimou minha garganta, mas também trouxe uma leveza que eu tanto precisava. As luzes dançavam ao meu redor, refletindo nos espelhos e nos lustres antigos, criando um efeito de sonho. Eu comecei a me deixar levar, movendo meu corpo ao som da música, tentando me convencer de que estava segura, de que nada de ruim poderia me alcançar ali.

Mas, mesmo no meio daquela festa caótica, a sensação de estar sendo observada não me abandonava. Era como um peso invisível sobre meus ombros, uma presença constante que eu não conseguia ignorar. A máscara no meu rosto parecia apertar, tornando difícil respirar. As risadas e conversas ao meu redor se tornaram um murmúrio distante, como se eu estivesse submersa em água.

Eu me virei, olhando ao redor, tentando localizar o motivo dessa inquietação. Mas tudo que via eram rostos mascarados, pessoas se divertindo, desconhecidos que não tinham ideia do turbilhão que acontecia dentro de mim. Tentei sacudir a sensação, dizendo a mim mesma que era apenas minha mente pregando peças, fruto de noites mal dormidas e da paranoia crescente.

Caminhei para longe da pista de dança, em direção a uma área mais tranquila da casa. O som da música ainda estava presente, mas abafado pelas paredes de madeira escura e cortinas pesadas. Encontrei um pequeno salão, quase vazio, exceto por alguns casais sussurrando nos cantos. Sentei-me em um sofá de veludo vermelho, tentando recuperar o fôlego.

Eu estava começando a relaxar quando ouvi passos se aproximando. Olhei para cima e vi uma figura alta e magra, usando uma máscara que cobria metade do rosto. O olhar penetrante que escapava das sombras da máscara me causou um arrepio. Algo no jeito como essa pessoa se movia, como se soubesse exatamente onde me encontrar, me deixou inquieta.

"Posso me sentar?" A voz era suave, quase sedutora, mas havia uma nota de algo mais profundo ali — algo que me fez estremecer.

"Claro", respondi, tentando manter a calma. Não queria parecer paranoica, mas a sensação de desconforto estava aumentando.

Ele sentou-se ao meu lado, mantendo uma distância respeitável, mas suficiente para que eu sentisse a presença dele de forma esmagadora. Por um momento, nenhum de nós falou. A música ecoava distante, como uma memória esquecida, e o silêncio entre nós parecia crescer, tornando-se quase tangível.

My Dear Stalker - Billie Eilish| G!P (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora