Capítulo 42

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"Hospital"


A atmosfera da formatura ainda pairava em meu espírito, uma mistura de euforia e ansiedade. No entanto, a alegria momentânea foi interrompida pela notícia sobre Ashley. Estava ali, entre a vida e a morte, e a ideia de que tudo o que ela havia feito poderia finalmente ter um fim era ao mesmo tempo libertadora e aterrorizante.

Depois da visita do enfermeiro, o dia passou lentamente. A dor no meu abdômen era constante, mas, em vez de me preocupar com isso, minha mente girava em torno da possibilidade de ver Ashley uma última vez. A ideia de que ela poderia estar à beira da morte me dava um senso de justiça que eu nunca pensei que desejaria.

— Maya — começou ele, sua voz firme. — Precisamos falar sobre Ashley. Ela foi submetida a uma cirurgia após o acidente, mas a situação é crítica.

Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios, mas eu rapidamente o reprimi, tentando manter uma aparência de preocupação. Era como se uma parte de mim estivesse ansiosa por essa notícia.

Porque as noticias sobre Ashley estavam vindo a mim? Afinal, eu sou a pessoa que ela tentou matar não é? Pedi aos enfermeiros que tudo o que está acontecendo com ela viesse até mim. Não que eu me importasse, mas ver uma pessoa que te fez mal morrer diante aos seus olhos é algo... divertido

— O que aconteceu exatamente? — perguntei, a voz controlada, mas uma emoção sombria fervilhava dentro de mim.

— Ela sofreu ferimentos graves na cabeça e várias fraturas. Mesmo com os esforços da equipe, não podemos garantir que ela vai sobreviver — o médico explicou, os olhos fixos em mim. — Vocês podem querer vê-la.

Aquelas palavras ecoaram em minha mente, e, em um impulso, me levantei da cama, a dor no abdômen quase esquecida. A adrenalina estava me impulsionando.

— Sim, eu quero vê-la! — respondi, decidida. O médico assentiu, e ele me guiou até a sala de emergência, onde Ashley estava sendo mantida.

Quando entrei, o cenário era surreal. Ashley estava deitada em uma cama, conectada a máquinas que bipavam e mostravam sua luta pela vida. Seu rosto estava pálido, e os curativos a tornavam irreconhecível. Uma parte de mim queria rir.

— Olá, Ashley. — Chamei, a voz quase um sussurro. Um brilho de satisfação iluminou meu interior ao vê-la naquela posição vulnerável.

Ela abriu os olhos, parecendo confusa e fraca. Quando me reconheceu, seu olhar se encheu de desprezo, mesmo na dor.

— O que você quer? — sua voz estava fraca, mas havia uma ferocidade que ainda ardia dentro dela.

— Eu só queria ver como você estava... — respondi, dando um passo à frente. — Como você se sente? Estar à beira da morte deve ser... interessante.

Ashley tentou se mover, mas um gemido de dor escapou de seus lábios. O sorriso em meu rosto cresceu ao ver o sofrimento dela. Era um alívio. Depois de tudo que ela me fez passar, agora era a hora de pagar.

— Você não pode fazer isso, Maya... — ela murmurou, a luta em sua voz tão fraca. — Você não tem ideia do que eu sou capaz.

— Oh, eu sei muito bem o que você é — eu disse, me aproximando ainda mais. — Você é a razão pela qual eu passei por tanto sofrimento. A razão pela qual tive medo e dor. Mas agora, eu estou aqui, e você não é nada além de uma sombra do que era.

— Você realmente acha que pode me intimidar assim? — Ashley retorquiu, a voz um pouco mais alta, como se quisesse recuperar algum controle sobre a situação, mesmo nas circunstâncias em que se encontrava. Eu podia ver a frustração se misturando com o medo em seus olhos.

— Intimidar? Não, Ashley. Eu não estou aqui para intimidá-la. Estou aqui para assistir ao seu fim — respondi, sentindo uma onda de empoderamento atravessar meu corpo. Cada palavra que eu dizia era como uma pequena vitória, uma libertação das correntes que ela havia me imposto.

My Dear Stalker - Billie Eilish| G!P (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora