Capítulo 6

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Noite de Máscaras (Parte 2)

Billie

Eu a observava de longe, escondida nas sombras, como sempre. Era uma maldição, essa necessidade de estar sempre perto dela, mesmo quando sabia que deveria manter distância. Mas Maya estava lá, brilhante como uma estrela em meio ao caos da festa, e eu não conseguia desviar o olhar. Cada movimento dela era uma pequena tortura, uma lembrança constante do que eu não poderia ter.

A máscara escondia meu rosto, mas não os sentimentos que transbordavam dentro de mim. A música abafava meus pensamentos, mas não o desejo que crescia com cada passo que ela dava. Eu sabia que deveria apenas vigiá-la de longe, garantir que estivesse segura e nada mais. Mas era impossível. Havia algo na forma como ela sorria, na maneira como seus olhos brilhavam sob as luzes da festa, que me puxava para mais perto, como se eu fosse uma marionete sendo controlada por fios invisíveis.

Maya nunca soube, mas foi nessa noite que tudo começou a mudar para mim. Era como se a máscara que eu usava tivesse o poder de me transformar, de me fazer esquecer por um momento quem eu realmente era. Talvez fosse o álcool, talvez a atmosfera, ou talvez algo muito mais profundo — um desejo enterrado que eu não conseguia mais controlar.

Quando a vi se afastando da pista de dança, meu coração acelerou. Aquele homem a seguia, como uma sombra indesejada, e eu sabia que precisava agir. Mas como? Como eu, que sempre fui a ameaça, poderia ser a salvadora? Mas então, algo mudou em mim. Eu percebi que faria qualquer coisa para mantê-la segura, mesmo que isso significasse quebrar todas as regras que eu havia me imposto.

Segui-os em silêncio, meus passos ecoando suavemente pelas paredes da mansão. Ele não percebeu minha presença até ser tarde demais, até que eu estivesse próxima o suficiente para ver o pânico nos olhos de Maya. Ela estava em perigo, e isso ativou algo em mim que eu não sabia que existia — uma necessidade de protegê-la, de ser sua salvadora e não seu tormento.

Quando desarmei o homem, um alívio percorreu meu corpo. Eu havia feito a escolha certa. Mas, ao mesmo tempo, a culpa me corroía. Eu era a razão pela qual ela estava tão assustada, a origem de todos os seus medos, e ainda assim, ali estava eu, fingindo ser sua protetora.

Ela me seguiu, confusa e assustada, mas havia algo em seu olhar que me fez tremer — um vislumbre de confiança, um fio de esperança que ela colocava em mim sem saber quem eu realmente era. Quando paramos no beco e eu tirei a máscara, a maneira como ela me olhou, a surpresa, o alívio... Tudo isso quase me desarmou.

"Billie... O que está acontecendo?" ela perguntou, a voz tremendo, e eu queria tanto lhe dizer a verdade. Queria confessar que, apesar de tudo, eu estava apaixonada por ela. Mas como eu poderia? Como poderia admitir que eu era a pessoa que a perseguia, que a fazia se sentir vulnerável e assustada?

"Eu precisava garantir que você estivesse segura," respondi, tentando manter a voz firme. "Eu não podia deixar você sozinha."

Enquanto caminhávamos pelas ruas desertas, a tensão entre nós era palpável. Eu podia sentir o calor de sua mão na minha, e cada passo que dávamos juntos parecia um passo em direção a algo inevitável. Havia tantas perguntas não ditas nos olhos dela, tantas respostas que eu não poderia dar sem destruí-la.

Mas, por agora, ela confiava em mim. E, apesar de todo o caos dentro de mim, eu sabia que não poderia quebrar essa confiança. Não ainda. Porque, embora eu fosse a causa de seus pesadelos, naquele momento, eu também era sua única esperança.

E isso era o que mais me aterrorizava.

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Fiz esse capítulo com a visão da Billie agr!

Não esqueçam as estrelinhas

My Dear Stalker - Billie Eilish| G!P (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora