"The end of the nightmare(?)"
O corredor do hospital era gelado e silencioso. A luz fluorescente tremulava no teto, refletindo meu estado interno - instável, prestes a desmoronar. Sentada em uma cadeira desconfortável, minhas mãos ainda tremiam, resquícios do medo que me consumira completamente quando o som agudo do monitor cardíaco de Billie indicou que seu coração tinha parado.Um minuto e meio.
Foi isso que os médicos disseram. Mas aquele minuto e meio pareceu uma eternidade - uma eternidade em que meu mundo desmoronou e toda a minha vida, cada segundo que passei com ela, se desenrolou diante dos meus olhos.
Finneas estava ao meu lado, quieto, tentando ser forte, mas eu conseguia sentir a tensão em seus músculos. Ele tinha se virado de costas para mim, não queria que eu visse o desespero que provavelmente espelhava o meu. E ali estávamos, duas pessoas completamente impotentes, presas entre a vida e a morte de alguém que amávamos tanto.
Depois que os médicos estabilizaram Billie e a levaram de volta à UTI, o tempo pareceu desacelerar. Eu não tinha ideia de quanto tempo já tinha passado, mas parecia que horas, talvez dias, tinham se estendido à minha frente.
Meus pensamentos estavam nublados. Cada vez que eu fechava os olhos, ouvia o som do monitor cardíaco cessando, aquele ruído agudo que me assombrou. Eu queria esquecer, queria apagar o momento em que a vida de Billie ficou presa por um fio, mas sabia que nunca conseguiria. Ela estava viva, estabilizada, mas o medo da perda ainda me prendia com garras afiadas.
Finneas quebrou o silêncio.
- Ela vai sair dessa, Maya - sua voz era baixa, como se estivesse tentando convencer a si mesmo tanto quanto a mim.
- Eu não sei, Finneas - respondi, a voz saindo mais fraca do que eu esperava. - Ela parou de novo. Não sei se eu consigo... não sei se vou conseguir se acontecer de novo.
Ele se virou, e pela primeira vez desde o incidente, olhou diretamente para mim. Havia dor nos olhos dele, uma dor que ecoava dentro de mim.
- Vai conseguir sim - ele disse, mais firme agora. - Porque ela precisa de você. E você também precisa dela.
Aquelas palavras me atingiram de uma maneira que eu não esperava. Eu precisava de Billie. Claro que precisava. Mas não era apenas isso. Eu queria estar com ela, mesmo com todos os medos, com todas as incertezas. Mesmo com a dor de saber que o coração dela havia parado, e com a possibilidade aterradora de que isso pudesse acontecer novamente.
...
Horas depois, finalmente nos permitiram vê-la. Meu corpo estava exausto, cada célula consumida pela ansiedade. Mas ao mesmo tempo, a vontade de vê-la me movia.
Assim que entrei no quarto da UTI, o som dos aparelhos foi a primeira coisa que ouvi. Dessa vez, o bip contínuo do monitor cardíaco trouxe um estranho alívio, como uma confirmação de que Billie estava realmente ali, viva.
Ela estava pálida, mais do que eu jamais a vira. Havia tubos e fios conectados a ela, todos monitorando sua recuperação. Mas, apesar de tudo, ela ainda era Billie. Ainda era a pessoa que eu amava, a pessoa por quem passei por tanto.
Aproximei-me devagar, com medo de tocá-la, como se um simples toque pudesse quebrá-la. Minhas mãos hesitaram antes de finalmente pegarem a dela.
- Estou aqui, Billie. - Minha voz era um sussurro, mas eu sabia que, mesmo inconsciente, ela sentia. Tinha que sentir. - Você não vai a lugar nenhum.
Fechei os olhos, inclinando minha cabeça para perto da dela. O cheiro suave de antisséptico me envolvia, mas eu tentava ignorar, focando apenas no som do monitor. Uma batida de cada vez. Era o que importava agora.
Por um instante, uma fração de segundo, algo quente e familiar preencheu meu peito. Era amor, sim, mas era também esperança. Uma esperança frágil, mas presente.
....
Os dias se seguiram como um borrão, mas a cada dia que passava, Billie mostrava sinais de melhora. O medo constante de que seu coração pudesse parar de novo estava lá, é claro, mas eu estava aprendendo a lidar com ele. Ou pelo menos, a conviver com ele.
Na manhã seguinte, algo mudou. A enfermeira entrou no quarto com um sorriso no rosto, informando que Billie finalmente começava a responder mais aos estímulos.
Eu me aproximei, ansiosa, segurando sua mão de novo, mais forte dessa vez. Sua pele estava mais quente, mais viva. E então, como se fosse um milagre, seus olhos piscaram.
O primeiro movimento foi sutil, mas suficiente para fazer meu coração saltar no peito. Ela tentou abrir os olhos, e por um momento, os bipes do monitor pareceram acelerar, como se o próprio coração dela estivesse respondendo ao que eu sentia.
- Billie? - Minha voz saiu entrecortada, cheia de emoção.
Lentamente, seus olhos se abriram. Não completamente, apenas o suficiente para eu ver o azul dos olhos dela. E naquele instante, nada mais importava.
Ela estava ali. Ela estava viva.
Os olhos de Billie vagaram pelo quarto, confusos, até se fixarem em mim. Um sorriso fraco, quase imperceptível, surgiu em seus lábios. Eu me inclinei mais perto, deixando que as lágrimas finalmente caíssem.
- Eu... te disse... que ia ficar bem - a voz dela saiu rouca, quase inaudível, mas suficiente para fazer meu peito se apertar de novo.
Eu ri em meio às lágrimas, segurando a mão dela com mais força.
- Eu nunca mais vou duvidar de você.
Os olhos dela fecharam de novo, mas dessa vez, foi um fechar de paz, não de dor. O monitor continuava a exibir as batidas fortes e constantes do coração de Billie. E, pela primeira vez em dias, eu senti que o pior já tinha passado.
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My Dear Stalker - Billie Eilish| G!P (EM HIATUS)
FanfictionEm Los Angeles, Billie Eilish se vê obcecada por Maya Collins, uma aspirante a escritora que se torna sua musa. O que começa como admiração logo se transforma em uma perseguição inquietante. À medida que Billie se aproxima, Maya precisa desvendar o...