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Neymar chegou em casa mais animado do que o normal. O sorriso em seu rosto era tão evidente que mal conseguia disfarçar. Ele abriu a porta da frente cantando, quase dançando, a melodia da famosa música de pagode "Deixa Acontecer", do grupo Revelação. 

— "Deixa acontecer naturalmente... Eu não quero ver você chorar..." — ele cantava, rodopiando pelo corredor, com um brilho nos olhos que há muito tempo sua família não via.

Nadine, sua mãe, que estava na sala assistindo televisão, ergueu o olhar e arqueou as sobrancelhas, surpresa ao vê-lo daquele jeito.

— Ué, Ney... Que alegria é essa? Parece que ganhou um campeonato! — brincou ela, sorrindo ao ver o filho tão radiante.

Rafaella, sua irmã, que estava sentada no sofá mexendo no celular, também levantou os olhos e riu.

— Nossa, mano, faz tempo que eu não te vejo tão feliz assim. O que aconteceu? — perguntou ela, com um sorriso travesso, claramente curiosa.

Neymar parou de cantar e olhou para as duas com um sorriso enorme, quase bobo, estampado no rosto.

— Ah, nada demais, não... Só um dia normal... — respondeu ele, tentando soar casual, mas falhando miseravelmente.

Nadine riu, balançando a cabeça.

— Dia normal? Você chega em casa cantando pagode, Ney! — disse ela, divertida. — Anda, conta logo o que aconteceu. Não adianta tentar esconder, estamos vendo essa sua cara de quem está apaixonado.

Neymar soltou uma risada e se jogou no sofá ao lado de Rafaella, ainda cantarolando baixinho. Ele sabia que não conseguiria esconder por muito tempo. Rafaella cutucou o irmão, sorrindo ainda mais.

— Conta aí, Ney! Vai, vai! Quem é a sortuda? — insistiu ela, piscando para ele.

Ele respirou fundo e sorriu, finalmente se rendendo.

— Tá bom, tá bom... — disse ele, olhando para as duas. — Lembram da Gabriela, minha fisioterapeuta?

As duas assentiram, já interessadas.

— Sim... O que tem ela? — perguntou Nadine, agora mais atenta.

— Então... convidei ela para sair amanhã à noite. Um jantar, para a gente se conhecer melhor — confessou ele, o sorriso ainda presente.

Rafaella soltou uma exclamação de surpresa e alegria.

— Ah, então é isso! Sabia que tinha alguma coisa no ar! — disse ela, dando um leve tapa no braço dele. — E aí, ela aceitou?

Neymar assentiu, sorrindo de orelha a orelha.

— Aceitou! E, sei lá, estou animado... Faz tempo que eu não sinto essa empolgação, sabe? — disse ele, meio envergonhado, mas claramente feliz.

Nadine sorriu, um brilho carinhoso nos olhos.

— Que bom, filho! Eu sempre disse que você merecia encontrar alguém especial, alguém que te faça sentir assim. — disse ela, aproximando-se e dando um beijo na testa dele. — Parece que essa Gabriela está mexendo com você, hein?

Neymar riu, meio envergonhado, mas sem esconder sua felicidade.

— Ah, mãe... Ela é diferente, sabe? Não sei explicar, mas... ela me faz sentir bem. — ele confessou, olhando para o teto como se tentasse encontrar as palavras certas.

Rafaella o cutucou de novo, brincando.

— Então, deixa acontecer naturalmente, né? — disse ela, imitando a letra da música que ele cantava minutos atrás.

Neymar gargalhou, jogando a cabeça para trás.

— Exatamente! Deixa acontecer naturalmente... — repetiu ele, voltando a cantarolar, com o coração leve e a mente cheia de expectativas.

Nadine e Rafaella trocaram um olhar cúmplice, felizes por ver Neymar tão contente. Sabiam que algo especial estava começando, e mesmo que o futuro fosse incerto, só queriam vê-lo continuar sorrindo assim.

A fisioterapeuta Onde histórias criam vida. Descubra agora