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• MAXIME 🔥 •

Subo as escadas em meu próprio ritmo, sentindo o leve puxar dos ferimentos que ainda cicatrizam. Cada passo é calculado, sem pressa. Quando entro no quarto, meus olhos caem sobre o casaco jogado na cadeira. Pego-o sem hesitar, e o coloco.

Saio do quarto e desço as escadas novamente, o ambiente ao redor silencioso, exceto pelo leve ranger da madeira sob meus pés. Atravesso a porta da frente, onde a luz do sol da manhã ilumina o Bugatti estacionado.

- Pierre, vem comigo - ordeno sem olhar para trás.

Em questão de segundos, ouço o som dos passos apressados de Pierre, ecoando atrás de mim. Ele se aproxima, sempre eficiente, mas com uma leve hesitação em sua voz quando pergunta.

- Aconteceu alguma coisa?

- Muitas coisas como pode ver! - respondo de forma seca, meus olhos ainda fixos à frente. - Vamos ao bordel.

- Vai matar o velho? Finalmente! - ele diz, com uma excitação mal contida em cada palavra.

Paro rapidamente e giro o corpo para encará-lo, minha sobrancelha arqueada transmitindo um aviso claro. "Eu não estou pra brincadeira"

- Eu pareço o tipo que perde tempo com velhos moribundos? - disparo, abrindo a porta do carro com força . - Entra logo no carro e para de falar merda.

A minha impaciência transborda em cada palavra, e Pierre sabe que o silêncio é sua melhor escolha. Ele obedece sem questionar, deslizando para o banco ao meu lado. Quando giro a chave na ignição, e logo o motor do Bugatti ronca.

Enquanto o carro começa a se mover, o mundo ao nosso redor se torna secundário, a estrada à frente é tudo o que importa. Meu destino é incerto, tanto quanto o de qualquer um que cruze meu caminho. O velho do bordel já viveu demais sobre meu comando e merece o descanso que tanto quis, e aquelas mulheres, usadas e descartadas por mim, também merecem uma chance de reconstruir suas vidas, longe de tudo isso. Mas hoje, as decisões são minhas, e o que acontecerá em seguida depende apenas de mim.

- Sobre a Sophie... você vai mesmo se casar com ela? - Pierre pergunta, meio hesitante, quebrando o Silêncio.

- Sim, ela está esperando um filho meu. Não posso simplesmente deixá-la sozinha e fugir da minha responsabilidade - respondo, tentando manter a calma.

Pierre hesita um pouco antes de falar de novo.

- Você já parou pra pensar se esse filho é realmente seu? - ele diz, com cuidado.

- Como assim, não é meu? - pergunto, sentindo a raiva começar a subir.

- Bom, eu não queria te contar, mas... Olivier disse que beijou ela. Eles estavam bêbados e acabaram se pegando - Pierre revela, claramente nervoso com a minha reação.

Minha raiva se intensifica, mas eu tento manter o controle.

- Então é isso que ela fez enquanto eu não estava. Eu sabia que não dava pra confiar nela. Porra ela nem teve a decência de me contar. Que vagabunda! - digo, cheio de desprezo.

- Não me entenda mal, Max. Eu não sei se é verdade. Você conhece o Olivier... - ele diz, tentando diminuir a tensão.

- Tudo bem, não vou pensar nisso agora. Vamos resolver o que temos que fazer no bordel, depois eu cuido disso em casa - respondo, encerrando o assunto por enquanto. Sophie vai ter que me explicar tudo quando eu voltar.

As palavras de Pierre ecoam na minha cabeça, mas eu afasto esses pensamentos. Tenho que focar no que está por vir.

Dirijo pelas ruas com a mente em alerta,a cidade passa em borrões pela janela, mas nada do que vejo realmente me importa. Minhas mãos apertam o volante com força, e Pierre, percebendo meu estado, permanece em silêncio.

Amor em tons de cinza [Dark Romance 🔞]Onde histórias criam vida. Descubra agora