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• SOPHIE 🌼•


Levanto da cama, enxugando as lágrimas com a mão trêmula. A cabeça lateja com as palavras de Max ecoando na minha mente. Ele sequer me deu uma chance de explicar. Eu não lembro de nada, estava bêbada... mas ele já me condenou. Eu nunca faria algo assim, não com ele.

— Quer saber, eu não vou ficar aqui esperando a boa vontade do Olivier me contar a porra da história que estávamos juntos — digo, a voz sai mais forte do que eu esperava, enquanto puxo o lençol e me levanto, sentindo o peso da minha própria raiva.

Camille se aproxima rapidamente, segurando meu braço com firmeza, tentando me acalmar.

— Tenta se acalmar, Sophie, tem um bebê aí dentro. Você tem que se acalmar — os olhos dela imploram para que eu pare e pense antes de agir.

Eu respiro fundo, mas a revolta continua fervendo no meu peito. Não posso aceitar que isso termine assim, sem resolver. Eu sei que não fiz nada, e não vou deixar Max ou qualquer outra pessoa me acusar de algo que não lembro de ter feito.

— É, mas enquanto eu não tirar essa história a limpo, eu vou sair como mentirosa, e eu não vou sair por isso, sendo que eu não fiz nada! — a frustração transborda nas minhas palavras.

Camille troca um olhar preocupado com Elise, mas eu já decidi. Não vou deixar que essa dúvida destrua tudo. Eu preciso falar com Olivier, saber o que aconteceu de verdade. Só assim vou conseguir provar minha inocência... e talvez, só talvez, Max me ouça depois disso.

Sinto o sangue ferver nas veias enquanto abro a porta do quarto com força, sem me importar com o barulho. Não vou ficar aqui sendo acusada de algo que não fiz. Camille e Elise tentam me chamar, mas as palavras delas são abafadas pelos os meus passos rápidos. Não vou sair como mentirosa, e vou resolver isso agora.

Desço as escadas com passos pesados, sentindo meu coração bater no ritmo da minha raiva. O corredor parece mais longo do que nunca, mas estou decidida. Olivier vai ter que me encarar e explicar toda essa mentira que ele está espalhando.

Chego à porta da frente, abro-a e saio, sentindo o ar fresco do meio dia bater no meu rosto. Lá está ele, o desgraçado, conversando com Pierre perto dos carros. Eu paro, respiro fundo e grito com toda a minha força.

— Olivier!

Os dois se viram ao mesmo tempo, mas é Olivier quem eu encaro com fogo nos olhos. Ele levanta as sobrancelhas, surpreso, mas logo se recompõe com aquele sorriso de quem acha que controla a situação.

— Ah, Sophie... — ele começa, mas eu não deixo ele continuar.

— Como você teve a coragem de espalhar todas essas mentiras? — minha voz sai firme, mas a raiva faz com que ela vacile por um segundo. — Como você pode dizer que eu fiquei com você? Eu não lembro de nada, e você sabe que estava bêbada. Você se aproveitou de mim!

Ele solta uma risada curta, cheia de desdém.

— Aproveitar de você? Não foi isso que aconteceu, Sophie. — Ele dá um passo em minha direção, as mãos nos bolsos, tentando manter uma expressão tranquila. — Você queria tanto quanto eu. Não faça essa cena.

— Eu queria? Você está louco? — Me aproximo mais, sentindo o peso das palavras dele se enrolando na minha mente como uma cobra venenosa. — Eu deitei e dormi! Se algo mais aconteceu então você violou uma mulher inconsciente, e agora quer virar isso contra mim? O que você quer com isso, Olivier?

Ele cruza os braços, parecendo mais calmo do que eu esperava.

— Eu estou protegendo a verdade, Sophie. E, pra ser honesto, eu estou protegendo a Juliette também.Você sabe que ela gosta do Max, né? — Ele diz com um tom sarcástico, tentando me desestabilizar.

Amor em tons de cinza [Dark Romance 🔞]Onde histórias criam vida. Descubra agora