A luz que revela.

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"Basta eu te ver, para eu me perder, tu tirou meu foco, não consigo te esquecer, escorreu uma lágrima e não foi dos olhos..."

Cheguei em casa exausta, querendo apenas um banho e alguns minutos de paz

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Cheguei em casa exausta, querendo apenas um banho e alguns minutos de paz. Geralmente os dias no CT são bem tranquilos, mas hoje foi uma Bagunça. Ouvir dizer que em dias o clube estaria a anunciar mais um reforço, cujo o nome não foi informado.

O que significava que teria mais trabalho pela frente. Não que esteja a reclamar, comparando a outros, meu trabalho era até prazeroso. Mas as vezes, não nego que me vejo em apuros, principalmente quando minha cabeça parecer pensar menos do que deveria.

Soltei um suspiro de alívio ao entrar em casa, deixando as chaves caírem na mesinha do corredor. Fagner tinha decidido ficar até mais tarde no centro de treinamento, o que me agradava - a casa seria toda minha por um tempo. Com meus sobrinhos e minha cunhada viajando, a sensação de solidão se tornava ainda mais evidente.

No momento, era nesta "solidão" que queria me apegar.

Subi as escadas lentamente, a cada passo parecia um esforço monumental. Meus pés pareciam pesar 60 toneladas. Eu só queria um banho de banheira agora! Nada mais.

Quando cheguei ao corredor, vi que a luz do quarto do meu irmão estava acesa. Suspirei de irritação. Ele sempre esquecia de apagar as luzes.

Que ódio. Eu sempre dizia para apagar a porra da luz, antes de sair. Era tão difícil assim de atender um simples pedido?

Só funciona na base da porrada esse homem. Do mesmo jeito que ele usava da violência para parar seus adversários em campo, faria do mesmo jeito dentro de casa para ele começar a tomar vergonha na cara. Safado!

Com uma mistura de frustração e cansaço, fui direto para o quarto dele, pronta para desligar a luz e resmungar mentalmente sobre como ele era descuidado. Girei a maçaneta e empurrei a porta, mas o que vi me fez congelar no lugar.

Um homem estava ali, de costas para mim, mexendo em uma mala sobre a cama, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Observei as gotas d'água que escorria livremente por suas costas, lhe deixando ainda mais instigante.

Não era o Fagner. Ele era o dobro do meu tamanho, e meu irmão era uma tampinha. Além de ser mais forte, com ombros largos e cabelos cacheados. Por um instante, fiquei paralisada, incapaz de processar o que estava acontecendo.

Quem era este? Um assaltante talvez?

Ele deve ter sentido minha presença, porque se virou ligeiramente, lançando um olhar por cima do ombro. Quando nossos olhares se cruzaram, ele sorriu, um sorriso que exalava confiança e uma dose irritante de provocação.

O ar estavas preso em meus pulmões enquanto meus olhos percorriam cada detalhe de sua figura. Meu cérebro parecia ter sofrido uma pane temporária.

Seja lá quem fosse ele, parecia ter saído de um filme erótico, com um filme de dar inveja.

𝑺𝑼𝑳𝑨𝑴𝑰𝑻𝑨 |• André Ramalho.Onde histórias criam vida. Descubra agora