Música alta.

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Abafei os ouvidos com o travesseiro posto em minha cabeça, mas nada parecia ser o sufiente para evitar aquela música miseravelmente que fazia meus ouvidos explodirem com sua melodia chata e animada de mais, para o meu humor duvidoso

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Abafei os ouvidos com o travesseiro posto em minha cabeça, mas nada parecia ser o sufiente para evitar aquela música miseravelmente que fazia meus ouvidos explodirem com sua melodia chata e animada de mais, para o meu humor duvidoso.

Havia tido um dia de Cão está manhã. Além de ter sido obrigada a passar a maior parte do tempo com o André, pos seria eu a cuidar do seu anúncio. Ainda me vi mais atarefada que o normal.

Haviam mais de um milhão de zagueiros bons no mundo. Por que o Corinthians haveria de ter ido atrás justamente do mais insuportável deles?

No extremo do ódio, saltitei da cama. Calcei os chinelos e corri até ao quarto ao lado. Dei duras batidas em sua porta, mas até então, não obtive resposta.

Bati com mais força. Chegando a socar com as duas mãos.

Segurando a respiração, me preparei para golpear a madeira mais uma vez, quando ouvi o trinco girar. A porta se abriu devagar, e lá estava ele: André, sem camisa, com os cabelos bagunçados e aquele maldito sorriso cínico que me tirava do sério. Só de samba calção, ele parecia estar perfeitamente confortável, enquanto eu fervia de raiva.

Por que eu tenho a leve sensação que esse homem não tem camisa?

Sem querer, meus olhos desceram pelo seu corpo. Era impossível não notar o quanto ele parecia esculpido, cada músculo no lugar certo. Que injustiça alguém tão insuportável ser tão... assim.

— Michel Telo? A essa hora? — Indaguei, erguendo a sobrancelha, com os braços grudados a altura do peito.

— O que é que tem? Eu gosto. — Ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo escutar "Ai Se Eu Te Pego" no volume máximo em plena madrugada.

Esse moleque acha que estamos em 2013 de novo?

Eu revirava os olhos, mas por dentro estava fervendo. Não bastava ser o cara mais insuportável do time, ele ainda tinha que fazer questão de me lembrar disso fora de campo.

— Sério, André, abaixa essa droga de música. Já não basta o pesadelo que foi passar o dia inteiro com você, agora você quer me torturar também à noite? — retruquei, minha paciência por um fio.

Ele deu um passo à frente, ficando perigosamente mais perto de mim. O calor do corpo dele parecia irradiar, e eu quase pude sentir a eletricidade da proximidade. Ele me olhou de cima a baixo, o olhar brilhando de pura provocação.

— Que Estranho. — franziu o cenho. — Eu adorei o nosso dia, foi interessante...

Ah, claro que foi.

— Foi ótimo, igual ser pisoteado por um rinoceronte. — Ironizei.

André soltou uma risada baixa, como se eu tivesse contado uma piada, e isso só fez aumentar minha frustração.

𝑺𝑼𝑳𝑨𝑴𝑰𝑻𝑨 |• André Ramalho.Onde histórias criam vida. Descubra agora