CAPÍTULO 7

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Acordo me acostumando com a claridade, me apresso quando noto o horário, 6h30min, tenho 20 minutos para me arrumar e ir pegar o ônibus.
Levanto rapidamente e noto que Lorenzo ainda dormia, bato na porta do seu quarto fazendo um barulho enorme para acordá-lo.

— Levanta logo, tem universidade hoje preguiçoso!

Ouço o mesmo murmurar algo desconexo e continuo a bater com insistência em sua porta.

— Já acordei – diz me olhando com certa indignação

— Não me olhe com essa cara, você tem que ter mais responsabilidade.

— E você precisa se divertir mais –o encarei– E nem por isso saio te forçando a fazer isso.

— Pessoas sem responsabilidade se tornam pessoas preguiçosas.

— Por isso é importante buscar evoluir cada dia – disse revirando os olhos.

Ignoro sua fala, não tenho tempo pra isso, me arrumo apressadamente não esquecendo de dar comida para Luke.

— Se comporte garoto! – disse fazendo carinho.

Sigo apressado para o ponto de ônibus, vendo meu irmão me seguir ainda com a mesma cara de irritado

— Não doeu nada acordar cedo – disse quebrando o silêncio.

O mesmo não disse nada, me olhou com uma feição irritada e continuou andando. Não demorou muito para chegarmos ao ponto de ônibus, Gustavo e Dean estavam nos esperando com uma cara estranha.

— Por quê estão com essa cara? – disse ao me aproximar

— O Gustavo tem algo à falar. – disse Dean

— Tenho ? – perguntou

— Claro que tem! – trocaram olhares como se estivessem em uma briga.

— Falem de uma vez! – disse meu irmão já sem paciência

Dean olhou para Gustavo outra vez, já sem paciência alguma.

— É melhor falar de uma vez, cara – disse encarando Gustavo

— Que droga estão escondendo? – Falei por fim.

— Podemos conversar sobre isso mais tarde?

— Claro que não ! – disse Dean

— Ônibus está vindo aí, falaremos disso no Muay thai mais tarde.

Encerrei a conversa ainda com dúvida sobre o que aconteceu, Dean não era de se estressar, principalmente com o Gustavo, então algo com toda certeza estava errado.
Chegamos na universidade e seguimos diretamente para o auditório, teria palestra sobre o meio ambiente e a presença de todos era essencial, caminhando até lá notei que Dean e Gustavo pareciam travar uma discussão pelo olhar e aquilo só me deixava com mais certeza de qua algo aconteceu.

— Você está notando isso também, né?– disse meu irmão.

— Estou – encarei os mesmos – Eles estão estranhos, nunca vi o Dean revoltado com o Gustavo.

— Uma coisa é certa, eles fizeram alguma besteira.

Apenas concordei com meu irmão, a palestra ia começar e não queria pensar nisso agora, embora buscasse em minha mente o que poderia ter ocorrido.

A palestra seguiu tranquilamente, falaram sobre aquecimento global, desmatamento, queimadas e até mesmo de diversos desastres ambientais. No meu ver deveriam ter falado sobre como está a situação do Rio Grande do Sul depois da tragédia decorrente da enchente que lá ocorreu e não só citar a situação por cima, afinal, não vemos mais nada em reportagens sobre isso, não temos mais notícias de como tem sido desde então.
O restante foi tranquilo, nem notei o tempo passar, saímos da palestra sem trocar uma palavra e seguimos para casa. Depois do almoço lembrei do combinado de mais cedo e mandei mensagem no grupo.

𝐃𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐚𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨  Onde histórias criam vida. Descubra agora