74. Pen Pals

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CAPITULO SETENTA E QUATRO
Amigos por Correspondência

Hermione olhou fixamente para o diário. Ela o tinha mantido em sua posse por vários dias, observando-o, pensando sobre ele. Ela não conseguia entender por que Tom teria simplesmente deixado-o em uma pilha de livros na Mansão Malfoy. Não parecia algo que Tom faria... dada a maneira obsessiva com que ele protegia suas horcruxes no tempo dela.

Mas, por outro lado, naquela época, ele havia conquistado muitos, muitos inimigos. Talvez ele estivesse mais relaxado agora porque presumia que estava fora do radar. Uma força mágica quase desconhecida e não detectada, um lorde das trevas secreto com sua célula adormecida de seguidores. Ele provavelmente confiava em Malfoy para manter a biblioteca trancada. Afinal, ele havia confiado o diário a Lucius Malfoy, não é? Talvez ele até tivesse confiado o diário aos cuidados de Abraxas em algum momento, apenas para que ele fosse passado para Lucius.

Hermione engoliu em seco. Ela esperava que ele não notasse a horcrux transfigurada. Mas, de alguma forma, ela confiava que, mesmo que ele soubesse que ela a havia roubado... ele não ficaria bravo com ela.

Quando ela começou a confiar nele? Era estranho pensar que ele não colocaria a segurança de suas horcruxes acima do bem-estar dela.

Hermione suspirou e lançou os olhos para a horcrux. Como era possível que parte da alma do homem por quem ela se apaixonou estivesse encerrada naquele diário. Aquele pedaço de alma havia possuído sua amiga, reaberto a câmara secreta, tentado matar Harry, odiado sangues-ruins, como ela.

Ela não conseguia conciliar isso.

Como ele podia ser tão mau e charmoso ao mesmo tempo? O Tom Riddle que Hermione conhecia tinha profundidade. Ele a inspirava. Mas mais do que isso... ele era tão humano. Havia uma humildade e uma crueza em Tom que Hermione não esperava.

Sedutor. Era isso que ele era. Não é de se espantar que ele tenha reunido seguidores tão devotados no futuro.

Ela se perguntou como o diário interagiria com ela. Hermione sabia que não deveria escrever nele. Ela deveria guardá-lo em algum lugar, escondido, onde ele não pudesse encontrá-lo. Ela não duvidava que ele não arrombasse seu apartamento se suspeitasse que ela o havia roubado. Ele poderia sentir suas próprias horcruxes, como Harry tinha sido capaz?

Os olhos de Hermione voltaram para o diário. Ela realmente deveria matar aquele basilisco.

Ela contemplou as consequências. Se ela matasse o basilisco agora, a horcrux do diário ainda teria sido destruída no futuro? Eles teriam descoberto que o veneno do basilisco destrói horcruxes? Se ela o matasse agora, a espada não estaria impregnada com o veneno.

Se ela o matasse agora, caberia a ela destruir as horcruxes.

Os olhos de Hermione se fecharam. Então sua cabeça caiu em suas mãos.

Amor. Eu o amo.

Ela não era melhor que Bellatrix Lestrange.

Ela poderia muito bem aceitar a marca negra agora, porque ela era patética pra caramba.

Não posso fazer isso. Não posso destruí-lo.

Ela cerrou os dentes e abriu o diário.

• • •

Tom entrou na Borgin and Burkes e acenou com a varinha, virando a placa de fechado para aberto. Seu empregador tinha ido a um leilão de bruxos para localizar mais artefatos mágicos, então Tom estaria na loja sozinho hoje. Ainda era cedo, então não havia clientes.

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