Capítulo 9 - Bônus

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Meninas, estou tão impactada com os eventos de hoje quanto vocês. Tenham essa certeza.

O QUE FOI ESSA GONGADA?!

Então, esse capítulo é fofo e precisei trazer uma personagem quem apareceu só uma vez no capítulo anterior, mas adorei ela.

Bora pro capítulo e continuar dando view pra Cachorrada!

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O casal mal conseguiu dormir naquele final de semana.

Jamais pensaram em como suas vidas pudessem ganhar rumos distintos caminhando lado a lado.

Ramiro achava que a mãe, Frank e seus familiares maternos não tinham o menor conhecimento acerca sobre si, principalmente a adoção das crianças. Na verdade, não fazia grandes diferenças. Adoraria, sim, poder compartilhar momentos importantes, como quando as meninas dormiram em casa pela primeira vez, a primeira palavra dita pela bebê – ao contrário do convencional, falara "Bela", o que se tornou uma piada entre eles – ou quando passaram o primeiro Natal em família na casa dos La Selva.

Não as veriam correr pela casa, o quanto eram carinhosas e cuidadosas uma com a outra. Não imaginavam o talento demonstrado por Luciana futuramente para a dança e nem as habilidades manuais impecáveis de Vivian, quem criava desenhos lindos de seus personagens. Jamais ouviriam as histórias criativas das duas quando se juntavam para criarem sua primeira fanfic e nem mesmo o quanto Bela, a brincalhona labradora negra responsável pela bebê pronunciar a primeira palavra porque Kelvin corria atrás dela, quem tinha um quilo de carne na boca, era cuidadosa ao brincar com as meninas para não machucá-las com o seu peso ou a sua força.

Havia um certo vazio em seu peito o qual decidira há bastante tempo não dar atenção. Adoraria que Nice não fosse uma mulher cruel. De longe, seu maior sonho era poder ter uma família saudável, onde pudessem desfrutar de uma tarde de sábado sem nenhum problema, apenas curtindo os parentes. O advogado tinha esse lado familiar bem aflorado, então demorou para admitir para si que se manter longe de Nice e do irmão era a escolha mais adequada. Entretanto, sempre que se recordava de como sua vida fora turbulenta no seio familiar antes de sair de casa graças à religiosa, sua convicção de que tomara a melhor escolha apenas aumentava.

Queria proporcionar às meninas uma infância mais alegre, sem tantos conflitos, controle, preconceito, agressões ou humilhações. Só de encontrar no seu lar um ambiente leve quando chegava e de conseguir afastá-las do contexto tóxico o qual cresceu, lhe trazia um imenso alívio no coração. Nice poderia ser uma mulher desprezível, porém o filho mais velho era o seu total oposto ao se casar com quem realmente amava, trabalhar no emprego o qual gostava, adotar duas crianças adoráveis, ser uma boa figura paterna e um exemplo de marido. Alcançar a felicidade já era suficiente para o moreno.

A sua conexão com Kelvin era forte desde quando se conheceram. Ambos tinham personalidades diferentes. Apesar disso, eram hábeis na resolução de conflitos quando surgia algum atrito. Adoravam se proporcionar mutuamente momentos bons de intimidade ou no meio familiar em passeios ou programas destinados a isso, como cinema, rodízio ou simplesmente ficarem em casa assistindo desenhos.

Atualmente sua casa era barulhenta. Ganhara fios grisalhos prematuramente devido à uma bebê de três anos e, de vez em quando, uma das meninas testava sua potência cardíaca por lhe dar um susto ou outro – como na vez quando Vivian, dançando na sala de cabelo solto, acabou, numa jogada de cabelo, enrolando as mechas no ventilador de chão que estava ligado. Para não cortar o cabelo da filha, foram necessárias quase duas horas para desmontar o ventilador enquanto ela assistia Harry Potter e a Pedra Filosofal.

Fugindo do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora