Capítulo 64

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   Pov — Vincent Hacker

Eu e Yasmim já estávamos na estrada há uns dez minutos. Pra variar, essa merda de gasolina acabou. Por sorte, eu tinha visto um posto não muito longe quando estávamos indo pro cassino. Deve dar uns dois minutos daqui.

Tive que interromper o boquete dos Deuses que Alles faz, pra abastecer o carro.

Estaciono o carro perto de uma das bombas, aquela gasolina premium que essa porra de Lamborghini usa. Yasmim desce do carro logo em seguida, com aquele jeitinho meio sem jeito.

   —Tô apertada pra fazer xixi, será que tem banheiro ali? -ela pergunta.

Só balanço a cabeça e respondo:

   —Deve ter, pode ir. Vou abastecer o carro. -Acendo um cigarro enquanto ela entra na conveniência.

Fico ali em pé, colocando a gasolina no tanque, pensando na noite de hoje. Foi uma noite daquelas. Cassino lotado, grana rolando solta. Eu ganhei uma porrada de dinheiro, mas não era só isso que tava na minha cabeça. Toda vez que olho pra Yasmim, não consigo parar de pensar em como ela mexe comigo. Essa garota tem algo que ninguém mais tem, algo que me faz querer ficar perto, mas também me deixa puto de tão confuso que fico.

Fico lembrando de como ela ficava me acariciando durante o jogo, a mão dela na minha nuca, me acalmando quando a porra toda parecia estar saindo do controle. É foda como ela consegue me deixar assim, meio mole, mas ao mesmo tempo... eu olho pra ela e só me vêm uns pensamentos que, bom, não são muito santos, se é que me entende. Aquele vestido que ela tava usando, curto do jeito que eu gosto, me fez querer arrancar ele ali mesmo, naquele cassino

Ela é minha. Quando aquele merda no bar ficou dando em cima dela, porra, não consegui segurar. O sangue ferveu e quase fiz uma cena maior do que já fiz. E agora tô aqui, no meio da madrugada, abastecendo essa porra de carro e pensando nela. Pensando em como essa garota, mesmo me irritando de vez em quando, consegue ser a única que me faz sentir algo diferente.

Dou uma tragada no cigarro e olho pro lado, esperando ela voltar.

Não demora muito e vejo Yasmim saindo da conveniência, passos rápidos, meio desconfiados, olhando pros lados. Tinha alguma merda acontecendo. Ela anda até o carro com uma cara péssima.

   —Podemos ir? -ela fala, claramente nervosa. Mas que porra tá acontecendo?

   —Tá tudo bem, gata? -pergunto, soltando a fumaça do cigarro. Ela responde rápido:

   —Tá... tá tudo bem. -ela responde rápido

Mas é óbvio que não tá nada bem. Yasmim é péssima em mentir.

   —Alles, Alles... me conta logo, vai. Não tinha banheiro lá dentro? É isso? -Reviro os olhos, já perdendo a paciência.

   —N-não é isso. Por favor, podemos ir? -ela gagueja nervosa, e abre a porta do carro, sentando com as mãos no rosto, visivelmente abalada. Algo aconteceu ali dentro, e foi sério.

   —Me conta, porra! O que aconteceu? -me altero, porque não sou do tipo que espera pacientemente. Ela suspira fundo, pensa por um segundo e finalmente começa a falar.

   —Quando eu entrei na conveniência, tinha um homem sentado atrás do balcão do caixa. Perguntei se tinha banheiro, e ele apontou pra uma porta no final do corredor. Quando fui até lá, a porta tava trancada. Quando me virei pra pedir a chave, eu trombei com ele... ele estava praticamente colado em mim... -ela pausa, e cada palavra dela me fazia querer sair do carro e matar esse cuzão- Pedi a chave, mas ele disse que eu tinha que consumir algo ou pagar. Meu dinheiro ficou na bolsa... aí ele passou a mão na minha bunda e disse que eu podia pagar de outra forma...

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