Capítulo 78

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   Pov — Yasmim Alles

No outro dia, acordei de um sono profundo e desconfortável no sofá. Olhei ao redor e percebi que ainda estava sozinha.

Onde diabos está o Vinnie?

A última lembrança que eu tinha era de nós dois no carro voltando da viagem antes de eu pegar no sono.

Olhei para o relógio e vi que já eram sete da manhã.

Frustrada, subi até o quarto e tirei a roupa que estava usando. Decidi colocar algo mais confortável, um shorts e uma camiseta larga. Amarrei meu cabelo em um coque bagunçado e fui para o banheiro escovar os dentes e tirar a maquiagem que, agora, só servia para me lembrar da noite anterior. Eu estava furiosa com Vinnie.

Esperei acordada até às três da manhã, mandando mensagens que ele não visualizou. O que ele estava pensando?

Desci as escadas e me sentei na cadeira do balcão da cozinha enquanto preparava um café. Assim que levei a caneca aos lábios e tomei um gole quente, ouvi a porta da sala se fechando.

Vinnie?

Corri em direção da sala e, ao chegar, me deparei com ele. Meu coração disparou ao ver meu namorado sem camisa, todo desarrumado, com os cabelos bagunçados e um fedor horrível de bebida e maconha. Ele andava cambaleando, parecendo completamente fora de si.

—Amor? Você está bem? -perguntei, correndo até ele e passando seu braço pelo meu ombro para que ele pudesse se apoiar. Ele apenas olhava para o chão, evitando meu olhar. O coração apertou. O que havia acontecido com ele?

—Vinnie, o que aconteceu? Onde você estava?- eu o enchia de perguntas, mas ele não respondia. Era como se eu não estivesse ali.

Com esforço, consegui carregá-lo até o quarto. Ele se deixou cair na cama, fechando os olhos e gemendo de dor, reclamando que estava com uma puta dor de cabeça.

—Por que você fez isso? -eu disse, tentando manter a calma, mas a raiva e a preocupação estavam misturadas dentro de mim.

Fui até o banheiro e enchi a banheira com água gelada. Não havia como deixá-lo ficar assim.

—Vamos, Vincent. -falei, tentando ser firme. Ele não merecia essa preocupação, mas eu não poderia ignorar.

—Você tá brava comigo, princesa? -Ele perguntou com a voz manhosa, a língua enrolando as palavras enquanto tentava me abraçar pela cintura.

—Você está fedendo a bebida! -Afastei seus braços que me envolviam em um abraço. O que eu poderia fazer? Ele havia me deixado preocupada a noite toda, e agora tudo que eu via era um garoto perdido, distante e irresponsável. Não era o Vinnie que eu conhecia.

Sabe-se lá Deus o que aconteceu naquela festa.

Ajudei Vinnie a tirar sua roupa e, logo em seguida, o vi entrar na banheira, reclamando que a água estava fria. Fui até ele, fazendo uma conchinha com a mão e jogando água em suas costas, enquanto ele falava nada com nada. Era como se ele não estivesse completamente ali, e isso me deixava ainda mais preocupada.

Deixei-o lá e fui até o closet pegar uma roupa para ele. Assim que saí do banheiro, não consegui conter uma lágrima que escorreu pelo meu rosto, mas limpei rapidamente. Não queria que ele me visse chorando, não queria que ele soubesse o quanto estava machucada. O que havia acontecido naquela festa? O que ele tinha feito? Minhas dúvidas e medos me consumiam.

Enquanto escolhia uma camisa, ouvi passos e, ao olhar para a porta do closet, vi Vinnie. Ele estava todo molhado, enrolado apenas em uma toalha, coçando os olhos como se estivesse tentando acordar.

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