Capítulo 10

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Por volta das dez da noite, Cami e eu saímos em direção a lapa. Meu marido reclamou muito, mas no fim desistiu, disse que já que eu iria sair, ele também sairia para beber. Não fiz caso, apenas dei de ombros e ele saiu furioso de casa, acho que no fim ele esperava que eu dissesse que não iria mais para ele ficar. Pela expressão no rosto de Cami ela ficou surpresa com minha reação, mas já fazia um tempo que as coisas andavam mudadas, por mais que eu não quisesse perder meu marido, agir como antes não estava ajudando em nada, pelo menos agora sei que posso contornar as coisas com sexo ou simplesmente fingir que não escuto.

- Sua amiga já saiu de casa?

- Droga, estou só com 20% de bateria. - Eu havia esquecido de colocar o celular para carregar, afinal o dia foi bem corrido.

- Toma, salve no meu. - Cami me deu o celular.

- Eu não sei mexer no celular da maçãzinha. - Cami começou a rir e eu me senti uma boba.

- Deixa eu salvar. - Cami salvou o contato de Giovanna, mas como Giovanna mesmo. - Quer ligar ou mandar mensagem?

- Tanto faz. - Dei de ombros. Cami ligou e me entregou o celular, chamou umas quatro vezes e por fim ela atendeu.

- Alô!

- Oi Giovanna, sou eu, a Maya.

- Oi May. Já estou saindo de casa, vou de carro.

- É muito perigoso sair de carro a noite, vai de uber.

- Eu não pretendo beber.

- Mas é ruim de estacionar no centro, você sabe. Vem de uber ou taxi, se o problema for dinheiro eu pago.

- Hummm... - Cami implicou comigo e eu lhe dei uma cotovelada. - Ai! Que agressiva.

- O problema não é dinheiro.

- Se você for de carro eu vou ficar preocupada a noite inteira.

- Chantagem emocional. Tudo bem, eu vou de uber. Ah e de quem é esse número?

- Da minha irmã. Meu celular descarregou.

- Ah sim, então nos vemos na Sinônimo, até daqui a pouco.

- Até, tchau.

Quando chegamos, Cami pagou nossas entradas, ela me chamou para sentar numa das mesinhas que tinha ali, segundo ela eram dois ambientes, na parte de baixo teria música ao vivo e na de cima música pop, funk e estilos mais dançantes. O local estava um pouco vazio, segundo ela só enchia depois da meia noite, mas eu não deveria me preocupar. Ficamos papeando, aos poucos iam chegando mais pessoas, Cami comprou um balde de cerveja, eu não era de beber, então ficaria tudo para ela e Giovanna, que já tinha sido clara dizendo que gostava de beber.

- Essa é a primeira vez que fazemos algo juntas à noite. - Minha irmã abriu um sorriso enorme.

- Cami, eu fui uma péssima irmã mais velha. Você estava sofrendo tanto e eu apenas fingia que não via, que não te conhecia. - Segurei sua mão. - Eu errei tanto contigo, minha irmã.

- Eu sei que os nossos pais tinham muita influência sobre você e por mais triste que seja, acho que parte de você se libertou quando eles morreram, principalmente o papai. - Aquilo era verdade.

- Mamãe morreu há um ano, sendo sincera, sinto muita falta dela.

- Eu também sinto, mas você precisava dessa liberdade, parar de sentir medo de decepcionar eles. Ainda tem muita coisa para você fazer, você é jovem, tem apenas trinta e seis.

- Já tenho cabelos brancos.

- Com aquele homem em casa, quem não teria? - Camilla riu.

Depois daquele papo meio deprê mudamos de assunto, acabei bebendo com minha irmã, foi só então quando olhei ao redor que vi dois homens se beijando, acho que pela minha expressão de surpresa, Cami percebeu.

A Amante do Meu Marido ( Magi )Onde histórias criam vida. Descubra agora