Capítulo 5

529 30 7
                                    

Nas semanas seguintes segui uma rotina, toda quarta eu ia ao apartamento Giovanna, no fim as lições sobre sexo cessaram, segundo ela antes de aprender isso eu deveria aprender a me valorizar. Após um mês eu não sabia se deveria continuar indo em seu apartamento ou não, o trato era um mês. Então eu simplesmente não fui, eu queria ter ido, mas acabei desistindo. Sobre Giovanna descobri algumas coisas, que ela nasceu em Nova Iguaçu e que não tem um bom relacionamento com a mãe. Descobri também que ela é loira natural, que nunca conheceu seu pai, mas segundo ela, ele era gringo, sua mãe o conheceu no carnaval, na lapa e então engravidou, mas o homem voltou ao seu país de origem e nunca soube dela ou nem se quer quis saber. Na quinta feira estava entretida vendo tv, com Giovanna aprendi sobre séries e filmes, antes eu passava minhas manhãs assistindo a programação normal, mas ela me apresentou Netflix e devo admitir que mudou minha vida. Meu celular tocou e não tinha número, só estava escrito desconhecido, eu nunca havia recebido uma ligação assim.

- Alô!

- Sete dias. - Uma voz grotesta do outro lado me assustou.

- Quem é? - Falei nervosa e logo uma gargalhada se fez presente na ligação.

- Sou eu, Bruna.

- Céus, você quase me matou do coração. - Soltei um longo suspiro.

- Me desculpa, não resisti. Você tinha ficado muito assustada assistindo O chamado.

- Estou morrendo de rir. - Falei sem humor nenhum. - Mas... como conseguiu o meu número?

- Roubei do celular de Cristopher, já que você não me deu seu número. O que está fazendo?

- Eu estou vendo Stranger things.

- Não acredito! - Ela falou alto. - Como pode fazer isso?

- O quê? - Ela falava como se eu tivesse traído ela.

- Combinamos de assistir juntas.

- Eu... eu... achei que... o acordo foi um mês. - A ligação ficou muda, achei que ela tinha desligado, mas quando olhei na tela do celular vi que ela ainda estava em ligação. - Giovanna?

- Quer almoçar comigo hoje? comprar chocolate. - Ela parecia bem animada.

[...]

- Só temos meia hora.

- Então vamos nos separar. Você compra o chocolate e eu compro os lanches.

- Você não vai precisar de ajuda para carregar os lanches?

- Não, tudo bem, eu consigo. - Sorrio e me deu um leve empurrão. Nos encontramos no cinema. 

Parti em direção a loja para comprar chocolate, a fila estava razoável, a maioria das pessoas eram estudantes, escolhi vários tipos de chocolates, afinal Giovanna não me disse qual queria ou gostava. Seis barras, talvez fosse exagerado, mas Giovanna gostava de chocolate, então poderia levar para casa.

- Lena, aquela não é sua mãe? - Senti meu coração bater cem vezes mais rápido.

- É sim... mãe! - Ouvi a voz de minha filha e então virei lentamente.

- Oi querida. - Acenei, tentei forçar meu melhor sorriso. - Por que não está na escola?

- Tivemos um tempo vago e viemos comprar salgadinhos. Mostrou os pacotes. - Para que tanto chocolates?

- Eu estava no shopping e resolvi tentar fazer uma nova receita. - Meu celular começou a tocar, sabia que era Giovanna.

- Você pode passar nossos salgadinhos?

- Claro querida. - Peguei o celular na bolsa e desliguei. Giovanna era insistente, estava novamente ligando.

- Mãe, seu celular está tocando. - Eu ri sem graça e retirei da bolsa.

- Alô?

- A fila está muito grande, porque o pessoal já está entrando.

- Oi Cami, tudo bem? Não, claro que não, eu não te liguei. Tudo bem, tchau! - Desliguei. Lena certamente pediria para falar com Cami e se ouvisse a voz de Giovanna saberia que não era sua tia, meu maior medo era ela falar com seu pai sobre Giovanna e se ela a descrevesse com certeza Cristopher saberia quem é. Paguei rapidamente tudo e entreguei seus salgadinhos.

- Você vai embora agora?

- Não filha, ainda vou olhar algumas coisas.

[...]

E eu tomei um baita susto, quase derramei o refrigerante.

- Filme de terror? - Sussurrei para ela.

- Eu adoro, nunca tive ninguém para assistir comigo. - Nos sentamos e ela levantou a divisória das cadeiras. - Se ficar com medo pode segurar minha mão.

Invocação do mal 2, foi um dos filmes mais assustadores que já vi, eu tremia até depois de ter saído da sala do cinema, Giovanna ria e contava sobre meus gritos no cinema, minha histeria não parecia tê-la incomodado e sim divertido.

- O primeiro filme foi melhor. - Giovanna falou enquanto digitava no celular. - Você tem whatsapp?

- Eu não gosto de ficar na internet, não sei quem está lá e tenho medo de alguém pegar meus dados e me matar. - Giovanna soltou uma gargalhada.

- Você só conversa com quem quer, tipo comigo.

- Eu não acho que seja seguro.

- Ninguém vai te matar.

- Não digo sobre isso, mas sim sobre você falar comigo, imagine que Cristopher pega meu celular e vê as mensagens?

- Existe senha para isso. - Ela sorriu.

- Eu não tenho dinheiro para um celular novo.

- Você não, mas seu marido tem.

- Cristopher me mataria.

- Mais um motivo para comprar um celular novo e bom, sexo de reconciliação é bom, já experimentou? Se não deveria. - Piscou para mim e me arrastou para uma das lojas de celular. Essa menina me colocaria em problemas.

A Amante do Meu Marido ( Magi )Onde histórias criam vida. Descubra agora