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De repente, muitos caminhos se estendem à frente deles. Em qualquer caminho dado pode haver esperança. Pode haver redenção. Pode haver destroços.

Hermione sempre foi decisiva até certo ponto. Mas agora ela não sabe o que fazer, quando não é só sua vida que está em jogo.

A resistência e seus líderes têm que cair. Os Comensais da Morte têm que cair. Ela pode ver Draco carregando o peso de tudo isso, e ele fica mais pesado a cada dia. Tudo o que ela pode fazer é oferecer apoio. Fazer sua parte e aliviar a carga.

Mas ela não pode levá-los à ruína.

— O que fazemos? — ele pergunta, apoiando-se na grade do terraço ao lado dela. O céu acima está escuro e sem estrelas, com uma brisa quase inexistente que paira fria no ar noturno.

As opções são muitas. Poucas.

Eles continuam sozinhos. Como sempre fizeram. Com apenas alguns amigos ao seu lado, apenas força de vontade crua os incitando e o conhecimento frio de que eles simplesmente não conseguem parar.

Eles estão marcados para se encontrar com Kingsley Shacklebolt amanhã, e Draco deixou claro sua reticência sobre o assunto. Para ele, ele só viu Kingsley como um adversário. Ele não o conhece da maneira como ela o conhece. Como um companheiro de armas. Como um amigo.

Mas agora ele é o Ministro da Magia, liderando a comunidade bruxa em um momento de conflito e destruição. E Hermione não tem certeza se o conhece tão bem quanto deseja. Tão bem quanto ela poderia ter conhecido. Antes de deixar a resistência. Antes que seus ombros suportassem o peso de tal manto.

E quanto mais ela pensa sobre isso, mais ela se pergunta sobre o que Pansy disse. Sobre uma rede de pessoas que querem ver o fim da guerra.

Pessoas carregando a mesma tocha que eles, só que de maneiras diferentes. Mas nenhum deles sabe mais como confiar nas pessoas. Certamente não em pessoas cujas motivações não são claras.

Hermione solta um suspiro.

— Eu não sei.

Draco olha para o céu, como se tentasse adivinhar suas respostas do vago nada acima. Às vezes, ela daria qualquer coisa para poder realmente ler sua mente, porque, por mais que ela o tenha conhecido, de vez em quando ele ainda se sente como um estranho.

Como se ela não soubesse os pensamentos dele. Não soubesse o que ele realmente quer lá no fundo.

— O que você quiser fazer — ele diz suavemente. — Estou com você.

— Se eu quisesse ir embora.

As palavras deslizam de seus lábios como um sussurro, e ele não olha para ela. Nem vacila.

— Eu iria fazer as malas.

Ela sabe que eles não vão a lugar nenhum. Eles já tiveram essa discussão, e não enfrentaram tantos obstáculos para virar as costas e se afastar de tudo agora.

Mas uma pequena, quieta e covarde parte dela deseja que eles não estivessem tão comprometidos. Que eles tivessem tido a opção de ir embora o tempo todo. Que eles pudessem ter ido para outro lugar, vivido uma vida diferente. Uma vida sem toda essa dor.

Hermione solta um suspiro silencioso.

— Eu me pergunto todos os dias se estamos fazendo as coisas certas. Tomando as decisões certas. Se essas são escolhas que estão ao nosso alcance fazer, ou se estamos jogando um jogo com peças que deveríamos ter deixado de lado.

Draco se vira para encará-la, rosto inexpressivo, olhos vagos.

— Talvez não sejam. Talvez não tenhamos feito uma coisa certa.

A Game of High Stakes | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora