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Ela sente o fluido viscoso e escorregadio escorrer por seus dedos, quente e abundante, enquanto sua lâmina corta a garganta do homem à sua frente.

Em poucos instantes, ele para de lutar e seus dedos se afrouxam em sua força contra os dela. Hermione não consegue ver os olhos dele, que está de costas para ela, mas sabe o que teria visto através dos buracos em sua máscara.

Medo. Pânico. O acerto de contas desesperado de um homem testemunhando os momentos finais de sua vida.

Às vezes ela se pergunta se os Comensais da Morte sentem arrependimento.

Imagina se ela vai se arrepender das decisões, das escolhas que fez, quando seus dias numerados acabarem. Ela pode descobrir mais cedo do que tarde.

O homem diante dela é o terceiro hoje – talvez um pouco indulgente quando sua varinha faz o truque tão bem quanto e sem a bagunça. Mas a cabeça de Hermione tem sido um lugar confuso e desorganizado desde seu último encontro com Draco Malfoy. Há uma parte dela que precisa disso – a morte e a simplicidade dela.

Ele a evitou por tanto tempo, desafiou-a e agora – o pior de tudo – ofereceu-lhe uma alternativa.

Ela precisa saber que ainda pode cortar a garganta de um homem sem remorso quando a situação exigir.

Há uma parte dela que quase sente remorso pelo homem caído a seus pés, sua vida já se infiltrando no chão duro sob suas botas. Ele é jovem, talvez nem tenha a idade dela, embora seja sempre difícil dizer com a máscara e as vestes. Ela poderia sentir remorso por matar se não fosse uma guerra.

Se não fosse ela ou ele.

Porque ele a colocaria no chão sem pensar duas vezes, o Comensal da Morte que poderia ser mais jovem que ela.

Talvez eles até estivessem em Hogwarts na mesma época. Ele pode ter sido um dos sonserinos pastoreados do Grande Salão quando as coisas ficaram terríveis. Não importa agora.

Muitas coisas que costumavam importar não valem mais nada.

Por apenas um momento, Hermione se permite respirar, para purificar o sangue de sua faca, como um pobre substituto na limpeza de sua própria alma, manchada de preto pelos pecados da guerra.

É outra emboscada, só que dessa vez eles foram os instigadores. Um dos altos escalões da resistência recebeu uma dica de que eles poderiam pegar um posto avançado de Comensais da Morte desprevenidos, e deu certo.

Uma pequena misericórdia, já que as coisas raramente acontecem como querem hoje em dia.

Ela já consegue ver reforços dos Comensais da Morte aparatando, e Hermione sabe que é melhor não demorar. Abaixando-se atrás de uma parede em ruínas enquanto uma onda de feitiços passa voando, ela chama a atenção de outro membro da resistência. Ele é um novo recruta e ela não consegue lembrar seu nome, mas ele tem seu terror visível em seu rosto. Ele está verde, então.

— Vão — Hermione sibila através do pequeno espaço entre eles, lançando um olhar cauteloso através de um buraco na parede. Os Comensais da Morte se multiplicaram rapidamente, e o zumbido e o crepitar do fogo mágico cantam pelo ar ao redor. — Voltem para o Quartel General – estamos prestes a ser invadidos.—m

O jovem assente, engolindo em seco, e antes que Hermione possa ter certeza de que ele seguiu sua diretriz, um feitiço quase acerta seu rosto, lançando escombros e poeira da pedra em seus olhos. Amaldiçoando a si mesma, Hermione desaparata.

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Draco caminha pela bagunça, avaliando os danos.

Corpos se espalham pelo chão, tanto da resistência quanto do Comensal da Morte, e ele pisa cuidadosamente sobre as formas caídas. Ele vê um jovem Comensal da Morte expirado em uma poça de seu próprio sangue, um corte limpo em sua garganta, e um sorriso irônico curva os lábios de Draco. Ele reconhece o trabalho manual, e fica quase desapontado por não tê-la visto. Ele está ansioso por uma boa luta.

A Game of High Stakes | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora