Chapter Six

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Steve suspirou pela décima vez enquanto passava a mão pelos cabelos, apertando-os como se fosse puxar, mas parando quando o telefone tocou. 

— Oi... — A verdade é que ele atendeu por puro reflexo, ele avisou aos amigos no instante em que ficou sozinho e os médicos passaram a cuidar do seu ômega. Já é de manhã e sua cabeça dói um pouco, mas ele não conseguiu dormir a noite toda, um pouco culpado por não ter percebido... porra, era óbvio, não era? — Ele... ele está dormindo, os médicos deram alta, mas disse que ele podia passar a noite. Vão dar uma última olhada nele quando ele acordar e posso levá-lo pra casa. — Ele olhou para o rosto sereno de Tony, tão... calmo e uma expressão tão distante daquela que ele durante à noite, quando- ele estava tão assustado. — Não, tudo bem... vou só esperar ele acordar. E os ômegas? Vocês levaram eles pra casa? Ok, isso é bom. Vou avisá-lo quando acordar. Ok, tchau. 

— Quem era? — Veio a voz sonolenta do ômega, o tirando dos pensamentos. Ele tinha um sorriso sutíl no rosto e Steve não conseguiu entender o porquê. — Eu... meu bebê? 

— Está bem... vocês dois estão. A médica... Palmer? — Tony assentiu, se esforçando para sentar  e Steve se apressou a ajudá-lo — Ela disse que foi só uma hemorragia, um susto.

— Isso é bom... 

— Aliás, era o Bucky. Ele perguntou como estava e disse que levou os ômegas pra casa, eles estão preocupados, mas bem. Eles queriam vir, mas já foi difícil de fazer a médica me deixar passar a noite com você, então-

— Você não precisava-

— Eu quis. — Ele segurou sua mão, ele precisava — Tony, eu quis e sinto muito por não ter percebido antes. Eu não devia ter feito-

— Ei, não. Eu fui porque eu quis e isso não é sua culpa, poderia ter acontecido a qualquer momento. Não é a primeira vez que acontece. 

— Não? 

— Não, mas não quero falar sobre isso agora, ok? Nós podemos sair? Eu quero ir pra casa. 

— Claro... vou chamar sua médica e- — Antes que Steve se levantasse, a porta se abriu e a médica entrou, olhando para os dois consecutivamente, dando um tempo a mais para suas mãos juntas, antes de abrir a boca para falar. 

— Tony. — Ela cumprimentou com uma seriedade profissional difícil de se ver — Como está se sentindo? Você nos deu um susto ontem à noite. 

— Christine... bem, eu acho. Com fome. — Ele puxou sua mão da de Steve e levou até a barriga — E desculpe por isso, eu... eu não sei o que aconteceu. Eu nem senti-

— Você não sentiu ou tem estado se esforçando ao máximo e ignorando suas dores? — Steve encarou como Tony abria a boca, antes de fechar novamente e desviar o olhar. — Foi o que eu pensei. Você não está mais sozinho, Tony. Você está carregando um bebê e eu sei que pode ser difícil pra sua mente se aquietar, mas você terá que dar um tempo em seja lá o que estiver fazendo e pensar no bebê. Sua gravidez se tornou um risco no momento em que-

— Eu sei. — Ele a interrompeu com a voz embargada. — Eu sei. Desculpe, vou diminuir. 

— Eu ficarei de olho nele, prometo que ele não irá mais se esforçar. — Ela o olhou com a testa franzida. 

— E você é? Desculpe, mas quem deveria estar ficando de olho nele não deveria ser você, mas o alfa dele. — Ela apertou a tablet em sua mão, mas não se dignou a sustentar o olhar. 

— Eu poderia ser. — Ele soltou, em um ímpeto idiota, a fazendo rir e olhá-lo de cima a baixo.

— Não, você não. — Steve apertou a mandíbula, sem entender a hostilidade da mulher.

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