16. They are the hunters, we are the foxes and we run

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Catherine

Eu poderia facilmente negar para mim mesma que não queria nada daquilo, mas seria uma péssima mentira.

Eu queria o beijo, muito mais do que pudesse imaginar.

Logo depois que sai do embalo dos braços de Charles, fiquei apreensiva com medo de ter ficado desconfortável ou com um clima ruim entre nós.
Mas ele me recebeu com um sorriso caloroso e me chamou para dentro, para comermos pizza, o que já era o combinado naturalmente.
Passamos uma noite tranquila, cheias de conversas e risadas e logo depois fomos dormir.

Eu gosto muito da forma que Charles me respeita, deixa tudo mais natural e tranquilo, como de não tivéssemos o compromisso de nada nesse momento.
É nessas horas que eu me questiono se seria possível conciliar esses pequenos deslizes com a nossa vida profissional e pública. Daria certo?
Não sei se estou disposta a pagar para ver.

Mas o fundo da minha mente, me lembro das palavras da minha mãe ecoando pela minha cabeça, o que me faz pensar em realmente tentar me soltar um pouco mais para as experiências da vida.

Talvez ficar com Charles Leclerc não seja qualquer experiência na vida.

Mas eu preciso me permitir viver um pouco mais fora da minha bolha, que é um lugar bastante confortável para mim, mas também muito solitário.

Custaria muito caro? Seria possível esconder isso do mundo? E se alguém descobrisse? Como ficariam os investimentos da empresa?

Mas e se ninguém souber?

Todas essas questões martelam na minha cabeça ao mesmo tempo quando finalmente ouço as mesmas três batidas na porta de ontem e já vou empolgada abrir sabendo o que me esperava.

- Está de bom humor hoje - ele disse me analisando de cima a baixo.

- Talvez se você me trouxer aqui mais vezes eu fique mais feliz - respondi dando de ombros.

- Vou pensar nesse caso - ele disse revirando os olhos - Anda, vamos descer.

- Aonde vamos? - questionei já animada.

- Sabe andar de moto? - ele disse com uma piscadela enquanto descia as escadas da casa me fazendo quase correr atrás dele.

Quando cheguei na parte de fora da casa vi duas Vespas paradas uma do lado da outra, uma vermelha e uma bege, que por acaso combinava perfeitamente com a minha roupa do dia, com um biquíni preto reto por baixo de uma regata meio bege e uma saia longa em camadas da mesma cor.

- Já andou de Vespa antes? - ele questionou - Não quero te humilhar logo na primeira vez - ele debochou.

- Já sim - respondi pegando o capacete - Duvido que você me pega - respondi já subindo em cima da moto.

- Cuidado com duas paralavras Laroche - ele também subiu na sua - Você pode se arrepender profundamente. Quem chegar primeiro lá embaixo paga o café da manhã?

Só acenei com a cabeça consentindo nossa aposta e ligando a moto e me preparando parar correr.

*

Eu paguei o café.

Talvez apostar corrida com um piloto não fosse a melhor das ideias afinal.

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