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Eu nunca imaginei que a veria tão vulnerável desse jeito. Quer dizer, eu não conhecia a Sabrina a fundo pra saber de fato como ela era, mais o pouco que a via aqui no CT, eu jamais imaginaria que a encontraria chorando.
Sabrina era uma garota irritante na maioria das vezes, aquela boca mal criada sempre pronta pra me dar as respostas mais grosseiras possíveis, o jeito como ela levantava as sobrancelhas quando estava sendo irônica ou a forma como ela adorava dizer que me odiava e estava sempre pronta pra me ofender, em nada parecia com a garota que encontrei com os olhos vermelhos e inchados.
Depois de muito insistir, estávamos sentados em um dos bancos que tinha no campo onde treinávamos, ela tinha se acalmado mais e parecia distante. No fundo eu sabia o motivo do choro, óbvio que era pelo time, mais eu de fato me preocupei com ela e queria que ela me contasse, não sei o porque, mais vê - la daquele jeito me deixou angustiado.
— E então, vai me dizer o porque estava chorando?
Seus olhos me encararam com uma expressão que eu não sei decifrar.
— Talvez seja porque meu time tá nessa situação horrível e eu não sei se vamos sair dessa.
Soltei um suspiro pesado e longo, ela de fato amava o Corinthians, era uma dentre milhares de torcedores que sofriam com o time, e eu não podia julga - la.
— Sabrina, eu sei que a situação é difícil e o quanto você esta sofrendo com isso, mais vamos dessa, eu sei que vamos. — Falei, mesmo sem ter certeza do que estava dizendo, a verdade era que nem eu sabíamos se iríamos sair dessa.
— Pra você falar é fácil Igor. — Ela falou, virou novamente o olhar pro outro lado. — Independente do que aconteça, sua conta bancária continuará recheada e sua vida seguirá normal.
— Normal? — Indaguei. — Você tem noção do que vamos sofrer se fomos rebaixados? Você acha que a torcida aceitará de boa? Você pode achar que não, mais eu também me importo Sabrina, essa situação toda é uma merda e eu sinceramente só queria que isso não estivesse acontecendo.
Seu olhar novamente se voltou pra mim, Sabrina parecia estar um pouco irritada.
— Se você se importa tanto porque não dá o seu melhor? Porque não tira a gente dessa situação, que merda Igor.
Seus olhos começaram a marejar e um soluço escapou de sua garganta. Ela estava chorando novamente. Por um momento pensei em retrucar o que ela havia me dito, porque ela sempre coloca a culpa em mim, quando na verdade eu não era o único culpado.
Mais ela estava chorando, bem na minha frente e eu fiquei tão desesperado que não consegui formular uma frase sequer, então fiz o que achei melhor no momento, a puxei até mim e a envolvi em um abraço.
De início ela hesitou, eu senti a tensão em seu corpo quando meus braços passagem em volta dela, mais aos poucos Sabrina foi relaxando, e depois de algum tempo, senti ela encostar sua cabeça em meu peito e suas lágrimas molharem minha camisa.
